**debate Agitado na TV Cultura: Conflito Entre Candidatos à prefeitura de São Paulo**
brasília – Durante um acalorado debate transmitido pela TV Cultura na noite deste domingo, 15 de outubro, a situação ficou tensa quando o candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo marçal, foi agredido com uma cadeira. A confusão começou após marçal se referir ao candidato do PSDB, José Luiz datena, chamando-o de “Jack”, expressão que carrega um pesado significado nas penitenciárias brasileiras. Nas prisões, o termo é frequentemente usado para identificar aqueles que foram condenados por crimes sexuais, especialmente abusadores e estupradores.
marçal, fazendo alusão a essas conotações, acusou datena de “apoiar a censura” e o desafiou a pedir perdão às mulheres devido a um processo por assédio sexual que pesa contra ele. “Tem alguém aqui que é Jack, e está aqui tirando onda, apoiando censura, mas é alguém que responde por assédio sexual, e essa pessoa é o ‘Dá Pena'”, declarou marçal. A fala provocativa, proferida momentos antes da agressão, claramente tinha como intuito desestabilizar o rival, colocando-o em uma defensiva.
A expressão “Jack” se popularizou no Brasil, especialmente entre os detentos, vinculando-se a uma cultura de punição física e humilhação para aqueles que cometem crimes de natureza sexual. Esta prática de deslegitimação e repercussão cultural foi amplificada pela música “Vida Loka pt.1” do grupo Racionais MC’s, famoso na cena do rap nacional. A letra da canção discute a realidade violenta e injusta do sistema carcerário, onde estupradores são tratados de forma rigorosa, sendo sanções físicas uma prática comum entre os detentos.
Na música, o rapper Mano Brown utiliza o termo “jack” para criticar a proteção que alguns criminosos, como abusadores sexuais, ainda conseguem ter na sociedade: “Mas na rua não é não, até ‘jack’ tem quem passa um pano…”. A música, lançada em 2002, retrata o ambiente hostil que os estupradores enfrentam, mas também expõe a hipocrisia e desigualdade presentes na sociedade que, muitas vezes, silencia ou protege tais indivíduos.
O caso que marçal menciona não é recente e remonta a 2019, quando Bruna Drews, uma jornalista e ex-repórter da Band, fez uma denúncia contra datena. Segundo a alegação, ele teria se masturbado pensando nela, além de ter insinuado em entrevistas que o “desperdício” seria ela namorar uma mulher, insinuando que a profissional “não conhecia o homem certo”. datena negou publicamente as acusações, chamando-as de calúnias e alegando que Drews enfrentava problemas psicológicos.
Antes da agressão que resultou em internação de marçal no hospital Sírio-Libanês, os ânimos se exaltaram a tal ponto que ele insinuou que datena era um “arregão”, acusando-o de covardia. Após receber alta, o candidato do PRTB declarou a intenção de pedir a cassação do registro de candidatura de datena, ampliando o debate sobre comportamentos e ética no cenário político, enquanto o PSDB reafirmou que datena não se afastaria de sua candidatura, mesmo diante dos acontecimentos violentos.
Em resposta à situação, datena divulgou uma nota afirmando que não se arrependeu de suas ações, justificando que sua agressão foi uma forma de expressar sua indignação frente à constante agressão verbal e moral que vinha recebendo de marçal. “Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido”, disse o tucano, desqualificando as acusações feitas pelo rival.
Esse episódio destaca a tensão crescente nas campanhas eleitorais e a polarização ideológica presente na política brasileira, refletindo não apenas a luta por votos, mas também questões mais amplas de respeito, moralidade e ética que permeiam o cenário político atual. Em um ambiente onde as interações entre candidatos se tornam cada vez mais carregadas, é inegável que episódios de agressão e retórica incendiária devem ser discutidos e reavaliados em busca de um debate político mais civilizado e respeitoso.