Na última quarta-feira, dia 11, o conselho de ética da Câmara dos Deputados se reuniu e, atendendo às instruções que lhe foram ditadas, deliberou sobre a admissibilidade da representação contra o deputado federal Glauber Braga, um dos mais destacados representantes da política brasileira contemporânea. Essa representação, originada de setores da direita radical, reflete uma tentativa sistemática de silenciar vozes críticas e progressistas na política nacional. Essa abordagem não surpreende, considerando que a mesma direita que instaurou o conhecido “orçamento secreto” é também a que tenta reverter os avanços sociais e trabalhistas conquistados pelo povo brasileiro desde a promulgação da Constituição de 1988.
É importante destacar que essa diretriz ideológica vai além de uma simples oposição política; trata-se de um grupo que, apesar de sua desorganização e falta de conexão com a realidade da população, possui poderio significativo e mobilização nos altos escalões da política. Essa direita atuante não hesita em utilizar sua influência para deslegitimar a oposição, sempre buscando fortalecer estados de exceção e enfraquecer instituições democráticas. As ligações desse grupo com ideologias extremistas, como o trumpismo e vertentes radicais do sionismo, tornam-se evidentes em suas mobilizações unificadas em espaços como a Avenida Paulista. Essa narrativa política, que remonta às raízes da ditadura militar, encontrou novo vigor após o golpe de 2016 e solidificou sua presença nas eleições de 2018, trazendo consigo uma série de crises econômicas, políticas e sociais que marcaram os últimos anos do brasil.
Recentemente, assistimos a uma tentativa desesperada de reviver um cenário de anistia para as ações ilícitas de grupos e indivíduos que atuaram à margem da lei, enquanto na Câmara dos Deputados uma nova ofensiva tenta deslegitimar e minar o trabalho do deputado Glauber Braga. A cassação de um mandato parlamentar é uma medida extrema, de última instância, que traz graves consequências. O parlamentar que tiver seu mandato cassado não apenas perderá seu cargo, como ficará inelegível por um período de oito anos, um ônus que não pode ser desconsiderado nas disputas políticas. A utilização desse recurso para perseguir opositores, especialmente em um contexto onde prevalece a necessidade de diálogos democráticos, sinaliza um retrocesso preocupante nas práticas legislativas.
A integridade das instituições parlamentares é um valor essencial. Historicamente, a Câmara dos Deputados tem agido com cautela, preservando sua autonomia e evitando intervenções arbitrárias. Exemplos do passado, como a negativa em cassar o mandato de Hermes Lima em 1950, ou a recusa em processar Carlos Lacerda em 1952, evidenciam um compromisso com os princípios democráticos. Mesmo em épocas de repressão, como durante a ditadura militar, existem precedentes de resistência à cassações pautadas apenas por considerações políticas. A história nos ensina que é crucial manter a ordem democrática, especialmente em momentos de turbulência política, que, até agora, não tinham levado a Câmara dos Deputados a ações tão drásticas quanto a cassação de mandatos por motivos políticos.
Se considerarmos a trajetória recente da Câmara sob a presidência de Arthur Lira, um detalhe alarmante se destaca: esta é a quinta tentativa de cassar o mandato de Glauber Braga apenas nas duas últimas legislaturas. As acusações que recaiem sobre ele, disfarçadas como quebras de decoro, são na verdade inócuas sob uma análise jurídica mais sólida, revelando uma tentativa de demonizar um parlamentar que se destaca por seu compromisso com causas sociais. O processo que culminou na reunião do conselho de ética se revela como uma encenação, onde o verdadeiro objetivo é deslegitimar a atuação de Glauber, valorizada pela sua proximidade e apoio a movimentos trabalhadores, sem-teto e outras causas justas.
Glauber tem sido uma voz ativa contra as injustiças sociais e um defensor dos direitos dos marginalizados, e isso o torna um alvo para aqueles que não querem ver seus interesses contestados. Diante disso, a recusa em calar vozes dissonantes, combinada com o silêncio das instituições frente a pressões externas e internas, resulta em uma situação onde a política se torna um campo de batalha entre ideais. O backlash avassalador que se segue ao seu desabafo no espaço político revela o desprezo da direita por questões de humanidade e pelos direitos dos cidadãos, uma vez que seu objetivo imediato é eliminar qualquer resistência à sua agenda.
A batalha por um brasil mais justo continua, e a resistência contra a opressão se reforça a cada nova tentativa de silenciar aqueles que lutam por um futuro melhor. O cenário atual nos força a refletir sobre o papel de cada um de nós na defesa da democracia e dos direitos fundamentais, sempre lembrando que a luta é coletiva e que a história não permite retrocessos.