Situação Humanitária em Gaza Em Ponto Crítico
No último sábado (16), a Defesa Civil de Gaza informou que 39 palestinos, incluindo crianças, foram mortos em mais uma ofensiva israelense que atinge o território, já devastado por mais de 22 meses de conflitos. Este número, segundo o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, foi contestado pelo Exército de Israel, que nega as alegações.
Conforme declararam fontes locais à Agência France-Presse (AFP), um bairro na Cidade de Gaza tem enfrentado bombardeios intensos por quase uma semana. Bassal, por sua vez, destacou a crítica situação humanitária: “Estimamos que mais de 50 mil pessoas estão presas no bairro de Zeitoun, a maioria sem acesso a água e comida”, acusando os militares israelenses de promover uma “limpeza étnica” na região e em áreas adjacentes como Tal al-Hawa. Ele alertou que as equipes de resgate não conseguem acessar os feridos devido à intensidade dos ataques.
O relato sobre os 39 mortos inclui 21 vítimas colhidas em ataques próximos a centros de distribuição de ajuda humanitária nas regiões sul e norte da Faixa de Gaza. Além disso, outros seis palestinos, sendo três crianças, foram mortos em um campo de refugiados em Bureij e na área de al-Mawassi, localizada ao sul. A informação, no entanto, foi contestada pelo Exército israelense, que argumentou que as instituições em Gaza estão sob controle do Hamas, o que, segundo eles, compromete a credibilidade dos dados divulgados.
Resposta do Exército Israelense e Crítica à Condição dos Civis
O Exército de Israel declarou à AFP que “as instituições em Gaza são dirigidas pelo Hamas e seguem seus interesses”, afirmando que os números de mortos frequentemente misturam perdas civis com outros tipos de morte, como naturais, e são repletos de incoerências. Essa disputa de narrativas entre as duas partes intensifica a confusão a respeito dos reais impactos do conflito sobre a população civil.
Enquanto isso, a situação em Gaza é descrita como “catastrófica” por testemunhas. Ghassan Kashko, de 40 anos, que vive com sua família em uma escola que foi convertida em abrigo, compartilhou sua experiência angustiante: “Esquecemos o que é dormir. Os ataques aéreos e os disparos de tanques não param. Estamos sem comida e água potável”, relatou angustiado.
O movimento islâmico Hamas também se manifestou, denunciando a ofensiva israelense como uma “destruição sistemática” das áreas de Gaza, afirmando que esses crimes estão acontecendo sob os olhares do mundo, com uma intenção clara de eliminar a resistência palestina. O comunicado do Hamas aponta para a necessidade de que a comunidade internacional reaja a essa situação de emergência.
Compromissos e Preparações Militares
Por sua parte, o Exército israelense reafirmou seu compromisso em minimizar os danos aos civis durante suas operações, garantindo que atua em conformidade com o direito internacional. Eles também asseguraram que utilizam várias estratégias para avaliar o impacto de suas ações sobre a população civil, tentando distinguir entre civis e combatentes durante as operações.
Além disso, Israel está se preparando para assumir o controle da Cidade de Gaza e dos campos de refugiados nas proximidades, com o objetivo de desmantelar o Hamas e recuperar reféns sequestrados em 7 de outubro de 2023. Essa nova fase da ofensiva gera preocupações adicionais sobre a segurança e a sobrevivência dos civis que já enfrentam uma grave crise humanitária na região.
A intensificação dos combates e o aumento do número de vítimas civis acendem um alerta sobre a urgência de uma solução pacífica, enquanto o mundo observa uma situação que se deteriora rapidamente.