Guerra em Gaza: A Atualidade Sombria
Nesta quarta-feira (13), o Exército de Israel realiza incursões consideradas “agressivas” na Cidade de Gaza, de acordo com informações divulgadas pelo Hamas. O último relatório do Ministério da Saúde palestino aponta que, nas últimas 24 horas, pelo menos 123 vidas foram perdidas em decorrência dos bombardeios. Esta escalada de violência se dá após a aprovação, por parte de Israel, de uma nova ofensiva militar na região.
Os ataques aéreos, com a participação de aviões e tanques israelenses, têm como alvo áreas a leste da Cidade de Gaza, resultando na destruição de várias residências. O hospital l-Ahli registrou um ataque aéreo que deixou 12 mortos em uma residência situada em Zeitoun. Além disso, em Khan Younis, também ao sul de Gaza, relatos indicam que tanques destruíram casas, enquanto no centro da cidade, militares israelenses executaram nove pessoas que buscavam socorro, conforme declarado por profissionais da saúde palestinos. A fuga de civis em massa para o oeste de Gaza é uma realidade cada vez mais visível.
Até o momento, o Exército israelense não se manifestou sobre os ataques mais recentes. Essa nova onda de violência ocorre simultaneamente a uma reunião de líderes do Hamas em Cairo, Egito, onde tentam negociar um acordo de cessar-fogo.
Um conflito Prolongado
A situação na Faixa de Gaza, que já dura mais de 600 dias de conflito, tem deixado um rastro de destruição. Com mais de 50 mil palestinos mortos e a infraestrutura do território severamente afetada, a escalada dos números alarmantes continua à medida que os combates se intensificam.
Nos bastidores, as negociações em Doha buscam estabelecer um novo acordo que previa um cessar-fogo de 60 dias, a libertação de reféns tanto vivos quanto mortos, a devolução de prisioneiros palestinos e um aumento significativo na ajuda humanitária. Porém, a continuidade dos ataques sugere que a luta ainda está longe de um fim imediato. Testemunhas relatam que a ajuda humanitária ainda enfrenta barreiras significativas para sua entrada na região.
As primeiras concessões nas discussões incluem a retirada limitada de tropas e prazos curtos, mas não oferecem garantia de uma solução prolongada, especialmente diante da possibilidade de falhas na segunda fase do acordo. O desespero da população é palpável, pois muitos permanecem sem acesso a ajuda e abrigo adequados.
Declarações de Liderança e Aspirantes a Mudança
Na terça-feira (12), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que permitirá que os palestinos deixem a Faixa de Gaza, tanto para escapar das áreas de combate quanto para migrar para fora do território, diante da intensificação das operações militares. “Demos a eles a oportunidade de sair, primeiramente das zonas de combate e, em geral, do território, caso desejem. Permitiremos isso, especialmente dentro de Gaza durante os combates, e certamente também permitiremos que saiam de Gaza“, enfatizou Netanyahu.
Desde o início do conflito em outubro de 2023, o número de palestinos mortos e a devastação da infraestrutura de Gaza, conforme dados do Ministério da Saúde sob controle do Hamas, são alarmantes. No domingo (10), Netanyahu havia declarado que Israel não tem escolha a não ser “concluir o trabalho e derrotar o Hamas“, indicando que o plano de ocupação na Faixa de Gaza será implementado “muito em breve”, começando pela Cidade de Gaza, que é o maior centro urbano sob controle do Hamas.