Ministros em Ação: As Declarações que Marcam o Cenário Político
A crescente atuação de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, nas discussões políticas, não passa despercebida. A crítica assertiva dele à direita, que costumava evitar, sinaliza uma nova fase. Haddad, que Lula frequentemente brinca chamar de “o mais tucano dos petistas”, vem se mostrando cada vez mais à vontade para confrontar adversários.
Na última terça, Haddad fez declarações impactantes, atacando a família Bolsonaro: “Estão conspirando contra o Brasil e ameaçando o país. Eles dizem que, se não houver anistia, a situação tende a piorar. Isso é inaceitável, não conheço precedente histórico para uma atitude tão vergonhosa quanto a dessa família”.
Em seguida, direcionou críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas: “Ele cometeu um grande erro. Ou uma pessoa é candidata à presidência, ou aceita a subserviência. Não há espaço para vassalagem no Brasil desde 1822. O que ele deseja? Se ajoelhar diante de uma agressão sem sentido?”
Críticas Diretas e Alianças Formadas
Márcio França, ministro do Empreendedorismo e Microempresa, também se manifestou contra Tarcísio: “Ele fez campanha para um americano que prejudicou os produtores de São Paulo. Não precisa fazer harakiri, é só renunciar”. A comunicação direta entre ministros é um sinal de que a estratégia de Lula para a próxima eleição está tomando forma.
Simone Tebet, ministra do Planejamento, manifestou-se em consonância com Haddad em suas redes sociais, citando Rui Barbosa: “A pátria é a família amplificada. Não se deve atacar a soberania nacional, beneficiando-se pessoalmente”. Em uma audiência da Comissão Mista do Orçamento, ela declarou: “Estamos pedindo que aqueles que pagam pouco, como 3% ou 4%, contribuam com 10%. Se isso for ser de esquerda, eu, que nunca fui de esquerda, preciso reconsiderar”.
Desafios e Oportunidades para a Chapa de Lula
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O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, chamou de equivocado o “tarifaço” promovido por Donald Trump, enquanto mira no clã Bolsonaro. Ele recordou a gestão desastrosa de Bolsonaro durante a pandemia e criticou seu comportamento antidemocrático: “Esse clã, mesmo fora do governo, continua trabalhando contra o povo brasileiro. Agora, eles atacam a economia e prejudicam empresas e empregos”.
A articulação em torno da chapa ideal para as eleições de 2024 está em curso. A composição de Alckmin (PSB) para o governo de São Paulo, França (PSB) como vice, e Simone (MDB) e Haddad (PT) como candidatos ao Senado, configura um cenário promissor. Caso essa combinação se concretize, Tarcísio de Freitas, o atual governador, precisará reconsiderar seriamente sua candidatura à presidência no próximo ano.