O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano à presidência, Donald trump, buscou se distanciar, nesta sexta-feira, da teórica da conspiração de extrema-direita Laura Loomer. A presença de Loomer na campanha de trump gerou críticas não apenas de seus aliados, mas também da Casa Branca, criando um clima de tensão que o candidato tentava mitigar, sem, no entanto, repudiar abertamente suas opiniões controversas.
Em uma declaração oficial, trump destacou que não compactuava com as declarações anteriores de Loomer; no entanto, admitiu que aceitava seu apoio. Ele foi enfático ao afirmar que ela não faz parte da equipe de sua campanha, apesar de Loomer ter viajado em seu avião durante grande parte da semana, o que levantou questões sobre a proximidade deles e as implicações políticas dessa relação.
Laura Loomer, que possui uma base de 1,2 milhão de seguidores na plataforma X, já havia levantado polêmicas anteriormente ao sugerir, no ano passado, que os ataques de 11 de setembro de 2001 foram uma operação interna do governo. Essa afirmação explosiva foi acompanhada por um vídeo que circulou em suas redes sociais, o que gerou uma onda de reações adversas. Recentemente, em uma entrevista à CNN, ela modificou sua postura, passando a afirmar que os ataques foram perpetrados por “terroristas islâmicos”, mas a mudança de discurso não foi suficiente para dissipar as críticas.
Em uma coletiva de imprensa realizada em seu clube de golfe no sul da Califórnia, trump foi questionado a respeito de Loomer. Ele a descreveu como uma “pessoa forte” e mencionou que ela possui “opiniões intensas”, caracterizando-a como um “espírito livre”, o que sugere uma tentativa de suavizar a imagem dela enquanto mantém sua base de apoio.
Loomer participou do debate entre trump e a vice-presidente Kamala harris, realizado em Filadélfia, e esteve presente em cerimônias em Nova York que lembraram os ataques de 11 de setembro de 2001, contínuo foco de controvérsia. Sua recente postura provocativa nas redes sociais incluiu um post controverso em que atacava harris, ao afirmar que, caso a candidata democrata vencesse a eleição de 5 de novembro, “a Casa Branca cheirará a curry e os discursos da Casa Branca serão facilitados por um call center”. Esse tipo de retórica provocativa gerou uma forte reação da porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, que denominou os comentários de Loomer como “veneno racista” e criticou trump por se associar a alguém com esse histórico.
Não apenas a Casa Branca, mas também figuras proeminentes do Partido Republicano, como a congressista Marjorie Taylor Greene e os senadores Lindsey Graham e Thom Tillis, expressaram suas desaprovações a Loomer, particularmente em resposta a suas observações sobre harris. Thom Tillis, em uma postagem no X, afirmou que Loomer é uma “teórica da conspiração excêntrica que frequentemente emite comentários repugnantes com a intenção de dividir os republicanos”.
Durante a coletiva de imprensa em que trump buscava se distanciar das controvérsias em torno de Loomer, ela estava ativamente promovendo suas opiniões no X, fazendo alegações incendiárias sobre imigrantes que entram ilegalmente nos Estados Unidos. Após a repercussão de suas declarações, Loomer se defendeu, afirmando: “Sou simplesmente uma apoiadora do presidente trump“. Em um outro post, ela afirmou que os republicanos que a atacam estão “com inveja” por não estarem ao lado de trump em seu avião.
Laura Loomer, residente na Flórida e que já tentou, sem sucesso, se eleger ao congresso em duas ocasiões, é conhecida por seu histórico de opiniões controversas e declarações antimuçulmanas. Suas declarações geraram uma série de proibições em plataformas sociais, tendo sua conta no Twitter sido banida, posteriormente revertida após a aquisição da empresa por elon musk, que agora a rebatizou como X. A situação em torno de Loomer ilustra não apenas as divisões internas no Partido Republicano, mas também a forma como as teorias da conspiração continuam a impactar o cenário político atual.