**título: Desafios na Campanha de Ricardo Nunes: O Impacto de Pablo Marçal e a Mobilização de Candidatos**

**São Paulo, SP** – A estratégia de campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) enfrenta um novo desafio à medida que o influenciador Pablo Marçal (PRTB) ganha notoriedade em meio aos eleitores, especialmente entre aqueles que se identificam com a direita e o bolsonarismo. O plano de Nunes para expandir sua influência nos bairros por meio da colaboração com centenas de candidatos de sua coligação pode estar ameaçado, visto que muitos aspirantes a vereadores têm demonstrado apoio ao rival ou evitado qualquer associação direta ao prefeito em suas plataformas de campanha.

Recentemente, a situação se tornou crítica, pois membros da aliança de Nunes passaram a expressar abertamente apoio a Marçal, conforme observações do Painel. Essa movimentação gerou um clima de tensão, levando os partidos a considerar punições para aqueles que não se alinharem com a estratégia promovida pela chapa de Nunes. Por seu lado, diversos candidatos alegam ter firmado acordos de autonomia com suas respectivas legendas, cientes das possíveis consequências que poderiam advir dessas escolhas.

A assessoria de Nunes enfatizou que o prefeito estabeleceu a maior coalizão já vista na história de São Paulo, contando com 12 partidos e um total de 542 candidatos a vereador. Essa diversidade, segundo a campanha, refletiria o reconhecimento do bom trabalho realizado na cidade, mas a realidade dos fatos mostra que a união está fragilizada.

Entre os que openly expressaram suporte a Marçal, encontra-se o deputado federal suplente Daniel José (Podemos), que não hesitou em destacar sua aliança ao compartilhar um vídeo com o influenciador em seu Instagram. No conteúdo, José afirmou que perdeu R$ 1 milhão do fundo eleitoral e tempo de televisão devido à sua decisão. “Desde o início da campanha, entendi que isso poderia ter repercussões negativas, mas eu realmente acredito que o Marçal é o candidato ideal para enfrentar o principal desafio, que é a possibilidade de [Guilherme] Boulos, do PSOL, assumir a prefeitura”, declarou.

Outra figura notável no contexto político, a ex-deputada federal Joice Hasselmann (Podemos), também se afastou da campanha de Nunes, provocando uma crise entre o prefeito e a família Bolsonaro. Em suas redes sociais, criticou o crescimento de Marçal e foi alvo de críticas pelo influenciador, que a chamou de “traíra”.

Em uma tentativa de manter a linha, o partido Podemos reiterou seu compromisso com Nunes, afirmando que apenas dois de seus 56 candidatos se desvincularam da posição oficial. Além disso, o partido anunciou que não fornecerá materiais de campanha nem permitirá tempo de rádio e televisão para candidatos que não seguirem a orientação da convenção.

No mesmo cerne, o ex-BBB e comentarista Adrilles Jorge, do União Brasil, fez questão de mencionar seu apoio ao influenciador, assumindo uma postura crítica em relação ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. “Marçal compreendeu as insatisfações do povo e se mostrou generoso ao apoiar minha candidatura”, agradeceu Jorge em vídeo.

Contudo, a reação do partido foi contundente. Milton Leite, presidente do União Brasil em São Paulo, declarou que qualquer apoio a candidatos fora da chapa de Nunes será considerado uma infidelidade grave. “Não aceito campanhas fora dessa norma; se algum filiado desrespeitar, o partido não hesitará em pedir a desfiliação”, declarou.

A mobilização contrária à campanha de Nunes não se limitou apenas a membros do Podemos e União Brasil. O vereador Rubinho Nunes, por exemplo, utilizou as redes sociais para divulgar um vídeo onde menciona Marçal e questiona a presença de comunistas na política atual. Na mesma linha, a médica e influenciadora bolsonarista Nise Yamaguchi se manifestou criticamente em relação à decisão da Justiça de suspender as redes de Marçal.

Ademais, no União Brasil, o vereador Eli Corrêa esteve envolvido em uma controvérsia ao distribuir materiais de campanha com o nome do prefeito deixado em branco, o que sua equipe atribuiu a um erro gráfico. No entanto, a equipe enfatizou que está comprometida com a campanha de Nunes.

A ex-deputada estadual Janaina Paschoal (PP) também provocou repercussão ao elogiar a candidata a vice de Marçal, a policial municipal Antonia de Jesus, posicionando-se a favor de ideias que promovem a geração de empregos nas comunidades. “Ao me filiar ao PP, estabeleci que gostaria de ter liberdade para atuar, o que foi aceito com certa resistência”, afirmou.

Além da ex-deputada, Claudia Baronesa (Republicanos), conhecida como mãe do funkeiro MC Gui, foi vista com bandeiras de apoio a Marçal em um evento de campanha, o que levou o partido a reiterar seu apoio a Nunes na disputa pela prefeitura. A situação evidencia a crescente instabilidade na aliança de Nunes, onde até mesmo influenciadores e figuras políticas que anteriormente estavam em sua base agora se desprendem de sua campanha, criando um cenário político dinâmico e imprevisível em São Paulo.

Enquanto isso, diversos candidatos a vereador têm se abstido de incluir o nome e a imagem de Nunes em suas campanhas, refletindo uma divisão crescente entre os apoiadores e aqueles que se sentem atraídos pela mensagem de Marçal, expondo os desafios enfrentados pelo prefeito no atual cenário eleitoral.

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