Taxa de desemprego em Queda
O Brasil alcançou, no segundo trimestre de 2023, uma taxa de desemprego de 5,8%, o que representa o menor nível registrado desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012. Essa informação faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (31). Os dados revelam um cenário otimista, com números recordes de emprego formal e aumento nos salários dos trabalhadores.
Antes dessa nova marca, a menor taxa de desocupação havia sido de 6,1%, registrada em novembro de 2024. Para se ter uma ideia, no primeiro trimestre de 2025, esse índice estava em 7%, e no segundo trimestre de 2024 ficou em 6,9%. O panorama atual, portanto, demonstra uma trajetória de recuperação significativa no mercado de trabalho.
Crescimento do emprego Formal
No período de três meses que encerrou em julho, o país contabilizava 102,3 milhões de trabalhadores ocupados, em contraste com cerca de 6,3 milhões de pessoas ainda em busca de emprego. Notavelmente, o número de pessoas procurando trabalho teve uma redução expressiva de 17,4%, o que significa menos 1,3 milhão de indivíduos em relação ao primeiro trimestre. Por outro lado, o total de ocupados aumentou em 1,8% em comparação ao trimestre anterior, o que equivale a 1,8 milhão de novas vagas.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado alcançou 39 milhões, apresentando um crescimento de 0,9% em relação ao primeiro trimestre, marcando assim o maior registro já documentado pelo IBGE. Além disso, o total de trabalhadores sem carteira também teve um aumento de 2,6%, chegando a 13,5 milhões de pessoas.
Novas Metodologias e Resultados Atualizados
A pesquisa divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira é a primeira a incorporar ponderações baseadas nos dados do Censo 2022. Essa atualização na amostra representa um procedimento padrão entre órgãos de estatísticas globalmente. A Pnad analisa o comportamento do mercado de trabalho para indivíduos a partir dos 14 anos, considerando todas as formas de ocupação, sejam elas formais ou informais. Assim, apenas as pessoas efetivamente em busca de trabalho são classificadas como desocupadas.
Num total de 211 mil domicílios visitados em todos os estados e no Distrito Federal, a pesquisa também revelou que a taxa de informalidade – que representa a proporção de trabalhadores sem carteira na população ocupada – caiu para 37,8%, o menor índice desde o mesmo período de 2020, quando foi registrada uma taxa de 36,6%. O IBGE considera informais os trabalhadores sem carteira, autônomos e empregadores sem CNPJ, privando-os de direitos como seguro-desemprego e férias.
desemprego e Rendimento em Alta
Outro dado alentador foi o número de pessoas desalentadas, ou seja, que não estão mais buscando trabalho por acreditarem que não encontrarão oportunidades. Esse total fechou o segundo trimestre em 2,8 milhões, o valor mais baixo desde 2016.
O aquecimento do mercado de trabalho reflete-se também no rendimento médio mensal, que atingiu R$ 3.477. Esse valor é 1,1% superior ao do primeiro trimestre e 3,3% maior em comparação ao segundo trimestre do ano passado. O aumento no número de ocupados e no rendimento gerou um crescimento na massa de rendimentos, totalizando R$ 351,2 bilhões, um patamar que movimenta a economia, seja em consumo ou em poupança. Esse valor representa um acréscimo de 5,9% (ou R$ 19,7 bilhões) em relação ao mesmo período de 2024.