Críticas de Trump Abalam Relações Internacionais
A reunião do Conselho de Segurança da ONU, que ocorreu na última terça-feira (23/9) em Nova York, trouxe à tona uma nova dinâmica nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia. Antes do encontro, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, teve uma conversa marcante com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Surpreendentemente, Trump declarou que não acreditava mais na possibilidade de uma vitória das forças russas, uma mudança radical de posicionamento para alguém que, até recentemente, sugeria que Zelensky deveria abrir mão de partes de seu território para pôr fim ao conflito.
Durante a cúpula, Trump, ao lado de Zelensky, criticou indiretamente o presidente russo, Vladimir Putin. Ele afirmou que “a economia russa está em frangalhos, em colapso”, elogiando o desempenho da Ucrânia ao resistir ao que ele chamou de “exército em declínio”. O ex-mandatário dos EUA ainda insinuou que a guerra, que se arrasta há três anos e meio, não está se desenrolando como previsto para Moscou: “Era para ser uma guerra rápida, mas a Rússia está mal na foto e isso parece que ainda vai longe”, disse.
Trump Aumenta a Pressão sobre a Rússia
Leia também: Eduardo Bolsonaro elogia Trump após anúncio de reunião com Lula: ‘Genialidade como negociador’
Logo após as declarações, Trump utilizou suas redes sociais para afirmar que a Ucrânia poderia não apenas recuperar os territórios perdidos, mas também avançar ainda mais contra a Rússia. Ao se referir à Rússia como um “tigre de papel”, Trump indicou uma perspectiva otimista para a Ucrânia, o que é visto como um divisor de águas nas expectativas de Kiev em relação ao apoio dos EUA. “A mensagem de Donald Trump é muito positiva”, comentou um satisfeito Zelensky, que esperava um posicionamento dos Estados Unidos há tempos.
Com um tom confiante, Trump também impôs um prazo de um mês a Putin, sugerindo que o tempo para medidas concretas por parte de Washington é iminente. Ele expressou descontentamento com a contínua situação da guerra, afirmando que uma verdadeira potência militar teria encerrado o conflito em menos de uma semana.
Kremlin Responde com Sarcasmo
Leia também: Eduardo Bolsonaro elogia Trump após anúncio de reunião com Lula: ‘Genialidade como negociador’
Na quarta-feira (24/9), o Kremlin não hesitou em responder às críticas de Trump com uma ironia cortante. O porta-voz russo, Dmitri Peskov, declarou: “A Rússia é um urso, não um tigre. E não existe urso de papel”. Embora tenha zombado das declarações do ex-presidente, Peskov ainda expressou um reconhecimento pelos esforços de Trump para buscar uma resolução ao conflito.
Contudo, quanto ao futuro das relações entre Moscou e Washington, Peskov foi cauteloso, afirmando que há muito pouca evolução nas interações entre os dois países. Segundo ele, “há uma via que busca eliminar os fatores de tensão, mas ela avança lentamente e os resultados são praticamente nulos”.
Conflito Sem Resolução e Expectativas de Diplomacia
Em uma entrevista à rádio estatal russa, Peskov defendeu a continuidade das operações militares na Ucrânia, ressaltando que a Rússia está avançando em seus objetivos. “Estamos agindo para garantir nossos interesses e para o futuro da Rússia, não temos outra alternativa”, declarou.
Embora Peskov tenha afirmado que a economia russa se mantém estável em meio às sanções, ele admitiu que existem desafios em diversos setores. As conversas para uma solução diplomática continuam sem progresso, com posições irreconciliáveis permanecendo entre Moscou e Kiev sobre possíveis cessar-fogos ou encontros diretos entre os líderes. A Rússia, que ocupa cerca de 20% do território ucraniano, insiste na cessão de cinco regiões e na desistência da Ucrânia em se juntar à Otan, algo que é categoricamente rejeitado por Kiev, que, por sua vez, clama por apoio ocidental militar.
