Putin e a Ameaça às Tropas Ocidentais
No último fórum econômico realizado em Vladivostok, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez uma declaração contundente sobre a presença de tropas ocidentais na Ucrânia. Em suas palavras, qualquer contingente militar enviado a Kiev a partir de agora será visto como um “alvo legítimo” por parte das forças russas. “Se forem enviadas tropas, especialmente neste momento de operações militares, assumimos que se tornarão alvos legítimos de destruição”, afirmou Putin, deixando claro que a segurança e a paz na região ainda estão longe de ser alcançadas.
Putin destacou que as condições para um diálogo com a Ucrânia ainda precisam ser desenvolvidas. Ele mencionou a abertura para uma cúpula em Moscou, mas deixou claro que isso depende de decisões que visem à paz duradoura. O líder russo também se mostrou disposto a colaborar com os Estados Unidos no Alasca, ressaltando a necessidade de uma mudança política em Washington para retomar as relações econômicas entre os dois países.
“As garantias de segurança da Ucrânia podem ser fornecidas por contingentes militares estrangeiros, especialmente da Europa e da América? Evidentemente que não”, declarou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, à agência oficial RIA.
Coalizão Internacional em Apoio à Ucrânia
Na quinta-feira (4), em Paris, uma reunião com 26 países resultou em um compromisso de apoio militar à Ucrânia, caso se alcance um cessar-fogo com a Rússia. O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a intenção de criar uma força internacional que operaria em terra, mar e ar após um acordo de paz. Segundo Macron, a iniciativa não visa hostilizar a Rússia, mas sim desestimular novas agressões contra a Ucrânia.
Entre os apoiadores da coalizão estão Alemanha, Itália e Polônia. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, deixou claro que Roma não enviará tropas à Ucrânia. Em contrapartida, a Alemanha se comprometeu a fortalecer a defesa aérea da Ucrânia e a fornecer equipamentos às suas forças terrestres.
Expectativas dos Estados Unidos
Os Estados Unidos, por sua vez, ainda não formalizaram sua contribuição para essa coalizão, um apoio considerado crucial por diversos aliados. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou que teve uma conversa telefônica com o presidente americano, Donald Trump, a respeito de novas sanções contra a Rússia e da proteção do espaço aéreo ucraniano.
Trump anunciou sua intenção de conversar com Putin em breve, após dialogar com Zelensky e outros líderes europeus. O porta-voz do Kremlin sugeriu que esse diálogo poderia ser organizado rapidamente, caso necessário. É importante lembrar que a última reunião entre Putin e Trump ocorreu no Alasca, em 15 de agosto, mas não resultou em um cessar-fogo.
Suspensão de Assistência Militar
O governo dos Estados Unidos planeja interromper a assistência militar a países europeus na vizinhança da Rússia, conforme reportado pela imprensa americana. Essa decisão ocorre em um contexto de pressão para que a Europa assuma uma maior responsabilidade por sua própria defesa. O jornal Washington Post noticiou que essa suspensão poderá impactar centenas de milhões de dólares em ajuda, destinada a reforçar as defesas contra a Rússia.
Diplomatas europeus foram informados na semana passada sobre a suspensão de programas de treinamento e de fornecimento de equipamentos para exércitos do Leste Europeu ao longo da fronteira com a Rússia. A postura cética de Trump em relação aos gastos americanos em defesa na Europa e o auxílio à Ucrânia tem pressionado aliados próximos a desempenharem um papel mais ativo nessa questão.