Apoio Internacional à Ucrânia

Na última quinta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron revelou que 26 países se comprometeram a ajudar na formação de uma força de segurança destinada à Ucrânia, caso um acordo com a Rússia ponha fim à guerra. A iniciativa visa prevenir novas agressões de Moscou contra o país vizinho e constitui um pilar crucial das garantias de segurança que uma coalizão, predominantemente europeia, planeja oferecer à Ucrânia diante de um possível cessar-fogo.

No entanto, cresce a apreensão de que o presidente russo Vladimir Putin não esteja interessado em negociar a paz. Essa inquietação aumentou após sua recente visita a Pequim, que foi vista como um sinal de que ele busca apoio internacional. A participação dos Estados Unidos nessa nova estrutura de segurança também continua incerta, mesmo com conversas entre líderes europeus e o presidente Donald Trump por videoconferência.

Cúpula em Paris

A reunião, organizada por Macron, contou com a presença do presidente ucraniano Volodimir Zelenski e a participação remota de outros líderes, como o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. Embora Macron tenha mencionado o apoio de 26 países, ele não revelou quais nações estão incluídas nesta coalizão, um aspecto que gera expectativas e curiosidade entre observadores internacionais.

O encontro em Paris representa um esforço coordenado para demonstrar que a Europa pode agir de maneira independente de Washington. Isso ocorre em um contexto no qual Trump reformulou a política externa dos EUA, incluindo diálogos diretos com Putin. A delegação americana foi representada pelo enviado especial de Trump, Steve Witkoff, que também teve um encontro separado com Zelenski.

Pressão sobre a Europa

Com mais de três anos e meio desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, a Europa enfrenta pressão crescente para intensificar sua resposta ao conflito. Macron destacou, ao lado de Zelenski, que atualmente são 26 os países que formalmente se comprometeram a enviar tropas como parte dessa força de segurança, ou que estarão presentes em diferentes áreas, seja em terra, mar ou ar. “No dia em que o conflito acabar, as garantias de segurança estarão prontas para serem mobilizadas”, afirmou Macron.

O presidente ucraniano elogiou essa iniciativa, considerando-a um “passo concreto” em direção à segurança do seu país. Ele enfatizou que as tropas não serão enviadas para a linha de frente, mas deverão atuar para prevenir novas agressões significativas por parte da Rússia.

Divisões e Incertezas na Coalizão

Macron também abordou a necessidade de “renovar” o Exército ucraniano, garantindo que ele esteja preparado não só para resistir a futuros ataques, mas também para dissuadir novas agressões. O apoio dos Estados Unidos, embora aparentemente claro segundo Macron, ainda permanece indefinido, gerando incertezas sobre o nível de envolvimento americano.

Divergências são evidentes dentro da coalizão. O chanceler alemão, Friedrich Merz, expressou cautela quanto ao envolvimento militar da Alemanha, afirmando que a decisão será tomada no momento adequado, após a avaliação das condições gerais. Em linha semelhante, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, declarou que seu país não enviará tropas, mas se comprometeu a auxiliar na supervisão de qualquer possível acordo de paz.

A Reação da Rússia e os Desafios à Paz

Em um comunicado anterior às negociações em Paris, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, rejeitou qualquer possibilidade de envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia “em qualquer formato”. Essa declaração aumenta as tensões em meio a um cenário já complexo de diplomacia internacional.

A frustração entre os líderes ocidentais cresce devido ao que consideram a relutância de Putin em buscar um fim para o conflito. Macron, por sua vez, acusou a Rússia de “tentar apenas ganhar tempo” enquanto intensifica os ataques a civis. Zelenski também mencionou que as discussões com Trump incluíram sanções contra a Rússia e a proteção do espaço aéreo ucraniano, refletindo a necessidade urgente de medidas eficazes para forçar o encerramento da guerra.

A Casa Branca reiterou a importância de que os países europeus interrompam a compra de petróleo russo, que tem financiado a guerra. Esta reunião ocorre em um contexto onde Putin tem buscado apoio em suas visitas a países como China e Estados Unidos, sinalizando um cenário ainda mais desafiador para as negociações de paz.

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