Tensão Aumenta Entre Israel e França
No último dia 24 de julho, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, expressou sua indignação em relação à decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. Netanyahu utilizou suas redes sociais para afirmações contundentes, onde qualificou o ato como uma recompensa ao terrorismo e uma ameaça à segurança israelense.
“Rejeitamos de maneira veemente a decisão do Presidente Macron de reconhecer um Estado palestino próximo a Tel Aviv após o massacre ocorrido em 7 de outubro. Tal medida somente recompensa o terror e pode levar à formação de mais um representante do Irã, assim como aconteceu com Gaza”, postou Netanyahu na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter.
O líder israelense também destacou que um Estado palestino nas condições atuais representaria um “ponto de partida para a destruição de Israel, ao invés de promover a coexistência pacífica ao nosso lado”.
O Anúncio do Presidente Francês
Por sua vez, Macron, em um comunicado, anunciou que a França se juntará a 147 dos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) que já reconheceram oficialmente a Palestina. O reconhecimento será feito de maneira simbólica na próxima Assembleia Geral da ONU, programada para setembro.
“Em linha com meu compromisso histórico por uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina”, afirmou Macron em sua declaração.
A decisão de Macron aconteceu após diálogos com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que lidera a Cisjordânia ocupada. Com isso, a França se alinha a uma tendência crescente entre países europeus; Armênia, Eslovênia, Irlanda, Noruega e Espanha também formalizaram o reconhecimento do Estado palestino nas semanas mais recentes.
Reações e Consequências
Na mesma publicação, Netanyahu reiterou sua oposição à criação de dois Estados, uma proposta defendida por Macron e amplamente apoiada pela comunidade internacional como um caminho para a paz no Oriente Médio. “Deixemos claro: os palestinos não desejam um Estado ao lado de Israel; eles almejam um Estado em substituição a Israel”, enfatizou o premiê.
Em resposta ao gesto, que foi considerado como uma posição negativa por parte de Israel, Macron reiterou seu apoio a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, contanto que inclua a desmilitarização do Hamas e a libertação dos reféns ainda retidos na região.
As negociações para um cessar-fogo permanecem estagnadas. Nesta quinta-feira, o Hamas respondeu à proposta de uma trégua de 60 dias apresentada por mediadores do Catar, Egito e Estados Unidos. No entanto, os novos termos não satisfizeram o governo norte-americano, que decidiu retirar seus negociadores de Doha.