Na quarta-feira, 18 de setembro, o ex-vocalista do grupo Art Popular, Leandro Lehart, enfrentou uma confirmação da sua condenação a 9 anos, 7 meses e 6 dias de prisão em regime fechado, decisão esta mantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A sentença foi oficialmente divulgada no dia 16 do mesmo mês, marcando um capítulo decisivo no caso que envolve acusações graves de estupro e cárcere privado.
A condenação, a primeira imposta em 2022 pela 17ª Vara Criminal de São Paulo, permitiu a Leandro Lehart responder ao processo em liberdade durante sua tramitação. Contudo, após a revelação da pena, a defesa do artista recorreu da decisão, mas o pedido foi indeferido. As circunstâncias do crime, que teriam ocorrido em 2019, foram reveladas pela vítima, que relatou ter conhecido o cantor por meio da internet e aceite um convite para encontrá-lo na sua residência. A mulher descreveu em detalhes situações humilhantes e degradantes que enfrentou durante o encontro, inclusive sendo trancada no banheiro da casa de Leandro.
Em uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, a mulher expressou o impacto devastador do ocorrido em sua vida. “Minha vida agora é marcada por dores psicológicas e físicas, com inúmeras limitações. Esse monstro cometeu atrocidades comigo em apenas uma noite”, declarou. Ela também forneceu detalhes perturbadores sobre a agressão, mencionando que Leandro Lehart agiu de forma violenta e abusiva, imobilizando-a e realizando um ato de extrema violência. “Tentei me debater e pedir para que ele parasse, mas não consegui. Ele ainda se masturbou até atingir o orgasmo”, lamentou.
Após o ato violento, a mulher foi deixada em estado de choque e, de acordo com seu relato, Leandro solicitou um carro de aplicativo para transportá-la de volta para casa. “Assim que cheguei em casa, fui direto para o banheiro. Ali no chão, desmoronei em lágrimas, tentando me limpar e tirar todo aquele cheiro horrível, escovando meus dentes em desespero”, contou a vítima, revelando o sofrimento que se seguiu ao ataque, que teve um efeito devastador em sua saúde mental e emocional. Ela perdeu o emprego, enfrentou tentativas de suicídio e passou a lidar com sérios problemas psicológicos como consequência da violência sexual que sofreu.
Por outro lado, Leandro Lehart se manifestou sobre a decisão judicial através de suas redes sociais. Em uma nota divulgada no Instagram, assinada por sua assessoria jurídica, o cantor reafirmou sua intenção de recorrer da sentença. “Como foi amplamente noticiado, mesmo com o voto do Relator que absolvia Leandro Lehart, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decidiu, por maioria, manter a sentença de primeira instância”, ressaltou o comunicado.
Na continuação da nota, Leandro afirmou: “Os autos do processo permanecem em segredo de justiça. Nossa defesa acredita firmemente na inocência de Leandro e está confiante de que a verdade será restabelecida de maneira adequada pelo Poder Judiciário.” Ao longo de sua trajetória, o caso gerou ampla cobertura midiática e gerou discussões sobre a importância do suporte às vítimas de violência sexual, além de ressaltar a necessidade de um sistema judiciário que responda eficazmente a acusações graves como esta.
O desenrolar deste caso não apenas impacta a vida individual das pessoas envolvidas como também evoca um debate crucial sobre questões de consentimento, violência de gênero e a responsabilidade do sistema legal em tratar tais assuntos com a seriedade que merecem. A sociedade continua a acompanhar atentamente os desdobramentos dessa situação, que promete repercussões tanto no âmbito pessoal quanto no social.
