O vereador Gilson Filho (PL), do recife e filho do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, expressou sua indignação na última segunda-feira, dia 16, em relação à prisão de seu pai, que foi decretada na sexta-feira, dia 13, e rapidamente revogada pelo ministro Alexandre de moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante uma sessão na câmara municipal, Gilson Filho não hesitou em demonstrar sua desaprovação ao lançar uma cópia da Constituição no chão, criticando moraes por se comportar como “o ditador do brasil“.

A prisão do ex-ministro foi motivada por suspeitas de que ele teria tentado facilitar a obtenção de um passaporte português para o tenente-coronel mauro cid, ex-assessor de Jair bolsonaro, com a intenção de ajudar Cid a deixar o país. Contudo, a decisão de moraes em revogar a prisão foi rápida, alegando que as investigações realizadas pela Polícia Federal (PF) tornaram a medida desnecessária, podendo ser substituída por outras restrições, como a proibição de deixar o brasil e de se comunicar com outros investigados.

Durante a sessão, Gilson Filho reiterou que seu pai é alvo de uma perseguição política, afirmando que a prisão é injusta. Ele declarou: “Meu pai foi preso injustamente. É uma perseguição desesperada. A narrativa de mauro cid caiu, ele mentiu no julgamento, e agora o ministro Alexandre de moraes está buscando todos os aliados de bolsonaro para tentar incriminar.” O vereador também utilizou uma imagem de seu pai ao lado do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para enfatizar que ele possui reconhecimento internacional.

Além disso, Gilson Filho defendeu a versão de seu pai, que alegou ter contatado a embaixada portuguesa apenas para renovar o passaporte de Carlos Eduardo Machado Guimarães. “Como filho, estou profundamente triste com as decisões do ministro moraes. Meu avô, um homem de bem de 85 anos, que recentemente perdeu sua esposa, mãe do meu pai, também está sofrendo com essa situação”, afirmou, destacando o impacto emocional que a prisão causou em sua família.

O vereador ainda expressou seu compromisso em apoiar a candidatura de seu pai ao Senado em 2026 e prometeu lutar contra o que considera “atrocidades” cometidas pelo STF. A investigação que levou à prisão preventiva de Gilson Machado foi aberta na quarta-feira, dia 11, para apurar sua suposta participação na tentativa de obtenção do passaporte para mauro cid. Este inquérito, que tramita em sigilo no STF, está sob a responsabilidade do ministro moraes.

Após a divulgação das acusações, Gilson Machado negou qualquer envolvimento em atividades ilegais, afirmando que o único contato que teve com o consulado português foi para ajudar na renovação de seu próprio passaporte. Em depoimento à PF, ele negou ter solicitado um passaporte para Cid, afirmando que sua última interação com o tenente-coronel ocorreu em 2022. Em contrapartida, mauro cid, que também foi ouvido pelos investigadores, negou ter planejado qualquer fuga do brasil.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) argumentou ao solicitar a prisão preventiva de Gilson Machado que havia “fortes indícios” de que ele tentava facilitar a fuga de Cid, com base em um contato feito ao consulado de Portugal em maio. A PGR alegou que o objetivo era assegurar um documento que possibilitasse a saída de Cid do brasil, embora o passaporte não tenha sido emitido.

O procurador-geral, Paulo Gonet, expressou preocupações sobre possíveis crimes de favorecimento pessoal e obstrução de justiça, apontando que uma tentativa de fuga poderia ser articulada devido à proximidade do encerramento da instrução do processo penal relacionado ao suposto golpe. O tenente-coronel Cid, que firmou um acordo de delação premiada, foi questionado sobre sua colaboração em atividades que envolvem bolsonaro e outros réus.

A PF iniciou a monitorização das atividades de Gilson Machado após ele ter promovido uma arrecadação de fundos para auxiliar Jair bolsonaro em suas despesas. Um dos fatores que motivaram a investigação foi a saída da família de Cid do país, que ocorreu em 30 de maio, quando seus pais e esposa viajaram para Los Angeles, EUA, sem restrições para deixar o país.

A defesa de Cid sustentou que a viagem foi para comemorar eventos familiares, e que o passaporte português que supostamente foi solicitado por Gilson Machado não possui relação com a saída da família. O acordo de delação de Cid exige que ele forneça informações verídicas sobre quaisquer atividades ilegais que tenha conhecimento, com a promessa de redução de pena, contanto que não obstrua a investigação. Se forem comprovadas tentativas de obstrução, incluindo fuga, os benefícios podem ser revogados.

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