A última pesquisa realizada pela Folha de Pernambuco, em colaboração com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), revela um cenário promissor para o prefeito João Campos (PSB) em sua busca pela reeleição na capital pernambucana. Este levantamento, que entrevistou 800 cidadãos entre 24 e 26 de agosto, mostra que 76% dos participantes manifestaram intenção de votar na continuidade da gestão de Campos, o que é um índice elevado. Em contrapartida, apenas 12% afirmaram categoricamente que não o apoiariam em nenhuma circunstância, o que sugere que, se as eleições ocorressem hoje, o prefeito poderia conquistar vitória absoluta, sem a necessidade de um segundo turno.

Os desafios não estão ausentes, já que seus concorrentes, que incluem sete outros candidatos, somam apenas 15 pontos percentuais no total. Notavelmente, alguns desses candidatos, como Ludmilla Outtes (UP), Simone Fontana (PSTU) e Victor Assis (PCO), sequer registraram pontos na pesquisa, demonstrando a falta de apelo entre os eleitores. Além disso, muitos deles enfrentam altos níveis de rejeição, o que agrava ainda mais a sua situação. Entre os entrevistados, 57% demonstraram aversão a Danii Portela (PSOL), 55% não apoiariam Gilson Machado (PL), e 50% se mostraram relutantes em votar em Daniel Coelho (PSD) ou Técio Teles (Novo).

Outra vantagem significativa que João Campos possui é sua enorme popularidade. O afastamento de 1% dos entrevistados que não conhecem o prefeito reforça a estratégia de comunicação e a visibilidade como gestor. Seus cuidados em manter uma imagem acessível e positiva têm se mostrado eficazes ao longo de sua administração de três anos e oito meses. Ao se dirigir ao público, Campos sempre enfatiza que “não se ganha uma eleição de véspera” e que é crucial evitar o “salto alto” na política. Em seus discursos, ele ressalta a importância de manter os pés no chão e frequentemente solicita a confiança da população, traduzindo essa confiança diretamente em votos.

De acordo com o cientista político Hely Ferreira, a postura cautelosa de Campos é uma estratégia inteligente, especialmente considerando o histórico eleitoral no Recife. Ferreira lembra que no ano 2000, o clima favorável ao candidato Roberto Magalhães não impediu que João Paulo Lima e Silva, então menos conhecido, surpreendesse ao levar as eleições para o segundo turno, culminando em sua vitória.

Em Jaboatão dos Guararapes, o cenário também reflete um momento de tensão nas campanhas. O prefeito-candidato Mano Medeiros (PL) afirmou que optou por não se envolver em críticas ou ataques diretos a seus adversários. Em declaração à Rádio Folha FM 96,7, Medeiros enfatizou: “Não vou entrar em nível baixo de campanha. Não vou julgar ninguém do ponto de vista pessoal. Preciso do apoio da população, de andar e ser reconhecido nas ruas”, o que revela uma busca por uma imagem de respeito e desapego a conflitos pessoais. Após dois anos e cinco meses no cargo, essa será a primeira vez que ele enfrentará a prova das urnas.

Em relação à verba de campanha, Mano Medeiros destacou que o partido liberou recentemente R$ 1,6 milhão do fundo partidário para auxiliar em sua candidatura. Ele declarou que já começou a utilizar esses recursos e está atento à prestação de contas, o que indica um compromisso com a transparência financeira durante a campanha eleitoral.

Dessa forma, o panorama eleitoral se desenha com nuances interessantes, onde a popularidade, intenção de voto e verdades sobre o apoio partidário são questões centrais. O primeiro turno parece ser promissor tanto para João Campos quanto para Mano Medeiros, embora ambos precisem se manter atentos às movimentações de seus oponentes e ao sentimento da população, que é, em última análise, a verdadeira protagonista desse processo democrático. Com a eleição se aproximando, a tensão e expectativa apenas aumentam, e os candidatos terão que estar à altura das demandas e desejos dos eleitores, que buscam liderança e compromisso com melhorias.

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