Crescimento Impressionante nas exportações
Em junho, as exportações de carne bovina do Brasil, que incluem tanto carnes in natura quanto processadas e miudezas comestíveis, alcançaram um marco histórico. O setor registrou um impressionante aumento de 55% na receita, além de um crescimento de 41% no volume embarcado. Os dados são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafigo), que analisou informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
No total, o mês de junho gerou uma receita de US$ 1,505 bilhão, com a movimentação de 341.555 toneladas, em comparação ao mesmo mês de 2024, que teve resultados de US$ 970,7 milhões e 242.538 toneladas. Esse resultado supera o recorde anterior de 319.289 toneladas, alcançado em outubro de 2024.
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Acúmulo de Resultados Positivos no Primeiro Semestre
Segundo a Abrafrigo, ao se considerar o primeiro semestre inteiro, as exportações de carne e subprodutos bovinos somaram US$ 7,446 bilhões, um crescimento de 28% em relação ao ano anterior, com um total de 1.690.229 toneladas, que representa um aumento de 17,3% quando comparado a 2024, que registrou US$ 5,820 bilhões e 1.440.439 toneladas.
A China se mantém como o maior comprador da carne brasileira, com um crescimento de 11,3% no volume e uma ampliação de 27,4% na receita durante o semestre. Em 2024, as importações chinesas somaram 567.683 toneladas, gerando uma receita de US$ 2,516 bilhões. No primeiro semestre de 2025, esses números subiram para 631.907 toneladas e US$ 3,204 bilhões. O preço médio pago pela China também teve um aumento significativo, passando de US$ 4.433 por tonelada em 2024 para US$ 5.071 neste ano, refletindo a valorização da arroba do boi gordo.
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O Impacto dos EUA e as tarifas de Trump
Os Estados Unidos, que ocupam a segunda posição entre os importadores da carne bovina brasileira, apresentaram um crescimento extraordinário de 85,4% no volume e 99,8% na receita, totalizando 411.702 toneladas e US$ 1,287 bilhão no primeiro semestre de 2025. Com isso, os EUA agora correspondem a 24,4% do volume total exportado e 17,3% da receita obtida, segundo os dados da Abrafrigo.
No entanto, uma nova preocupação paira sobre os produtores brasileiros: a tarifa adicional de 50%, anunciada em 9 de julho, para produtos brasileiros, que deve entrar em vigor no dia 1 de agosto. Essa medida pode impactar negativamente as vendas para os EUA no segundo semestre. As indústrias do setor já percebem os efeitos dessa decisão, com diversos pedidos de compra sendo cancelados por clientes norte-americanos, e a expectativa é alta em relação às negociações para contornar essa situação.
Outros Mercados em Ascensão
O Chile, por exemplo, foi o terceiro maior comprador, com um aumento de 21% no volume e 37,4% na receita, passando de 48.412 toneladas em 2024 para 58.584 toneladas em 2025, cuja receita subiu de US$ 229,4 milhões para US$ 315,2 milhões. O México também se destacou como o quarto maior cliente, com um aumento impressionante de 189% no volume e 235% na receita, saltando de 17.993 toneladas para 52.104 toneladas, com uma receita que cresceu de US$ 82,3 milhões para US$ 276,4 milhões. No total, 118 países ampliaram suas compras no primeiro semestre, enquanto 51 reduziram suas aquisições.