Ministro Comenta Relações Brasil-EUA
Nesta quinta-feira (17), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, fez declarações à CNN sobre a possibilidade de uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Vieira afirmou que, se as condições permitirem, ambos os líderes poderão se comunicar. “O presidente Lula fala com todos os chefes de Estado e governo e sempre manteve excelentes relações ao longo de seus dois primeiros mandatos”, declarou, reiterando a abertura do brasileiro para diálogo.
Neste contexto, é importante ressaltar que Lula e Trump nunca se reuniram oficialmente como chefes de Estado. Trump, que iniciou seu segundo mandato em janeiro, viu a candidatura de Kamala Harris, apoiada por Lula nas eleições americanas de 2024, ser derrotada. Em resposta à posse de Trump, o presidente brasileiro se manifestou nas redes sociais, afirmando que as relações entre Brasil e EUA são construídas sobre a cooperação e o respeito mútuo.
Visão do Chanceler Brasileiro sobre as Negociações
Em sua entrevista, Mauro Vieira enfatizou que desde o início do governo Trump, o Brasil mantém um canal de comunicação com representantes americanos e reafirmou que o governo é o responsável pelas negociações sobre questões tarifárias. A declaração surge em meio a uma nova fase da relação bilateral, especialmente com a aplicação de tarifas por Trump. “As negociações sobre esse assunto são conduzidas exclusivamente pelo governo federal e não devem ser feitas por indivíduos com interesses pessoais”, afirmou.
Em um movimento inesperado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, expressou sua disposição de negociar com Trump sobre a questão tarifária, mas condicionou isso a uma sinalização de Lula e à liberação de seu passaporte, que está retido desde fevereiro de 2024. A declaração de Bolsonaro levanta novos questionamentos sobre a dinâmica política entre os dois ex-presidentes.
Desmistificando a Falta de Diálogo
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O chanceler brasileiro classificou como uma “falácia” a ideia de que Brasil e Estados Unidos não mantêm comunicação. Segundo ele, as interações entre os países foram regidas pelo Itamaraty e envolveram diversas figuras do governo brasileiro, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin. “É um erro afirmar que as nações não dialogam. Embora não tenha havido encontros entre os presidentes, isso se deve à falta de oportunidades”, explicou Vieira, buscando esclarecer a situação atual.
Vieira também revelou que, em maio, o governo brasileiro enviou uma carta ao governo dos EUA com propostas para futuras colaborações e aguarda uma resposta. Esta comunicação ocorreu antes da decisão de Trump de impor uma sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. “Estamos no aguardo da posição americana. No dia 16 de maio, enviamos uma carta confidencial e estamos preparados para as negociações, mas aguardamos um retorno”, concluiu o ministro.