Desentendimentos na Base de Apoio de Trump
Na quarta-feira, 16, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma declaração polêmica ao classificar alguns de seus apoiadores como “fracos” por acreditarem em teorias sobre Jeffrey Epstein, um bilionário acusado de tráfico sexual. O comentário evidencia uma fissura crescente na coalizão que apoia Trump, com parte de seus seguidores exigindo mais informações sobre o caso Epstein, que já gerou uma série de teorias da conspiração desde a morte do empresário em 2019, enquanto estava sob custódia.
Jeffrey Epstein, um magnata financeiro, foi acusado de explorar sexualmente menores de idade e se cercou de figuras influentes, como políticos e celebridades. Sua trajetória começou em Nova York, onde, após ser professor de matemática, subiu na hierarquia econômica e política americana, criando laços próximos com personalidades como o príncipe Andrew, da Inglaterra, e os ex-presidentes Bill Clinton e Donald Trump.
A investigação sobre as atividades criminosas de Epstein ganhou um novo capítulo em julho, quando o Departamento de Justiça dos EUA divulgou que não haviam evidências de uma “lista de clientes” associada a ele, ao mesmo tempo em que rechaçou as alegações de que o empresário teria sido assassinado na prisão. Também foram liberadas 10 horas de imagens que mostravam que ninguém entrou na cela de Epstein no dia de sua morte.
Teorias da Conspiração ao Redor do Caso
Ao longo dos anos, personalidades da mídia de direita têm sugerido que o governo americano esconde segredos sobre Epstein. Alguns chegaram a afirmar que ele teria uma lista de clientes, usada como forma de chantagem. Essas especulações ganharam força entre seguidores de Trump, com muitos considerando que as informações sobre o caso são mantidas em sigilo.
Aliados de Trump já expressaram descontentamento com a falta de transparência. Em 2021, o vice-presidente J.D. Vance questionou: “Que possível interesse o governo dos EUA teria em manter os clientes de Epstein em segredo?” Mais recentemente, em 2023, outros apoiadores como Patel e Dan Bongino também levantaram questões sobre o assunto. Bongino, agora vice-diretor do FBI, foi enfático ao afirmar que a história de Epstein não deveria ser esquecida, enquanto perguntava quem realmente estava sendo protegido pelas informações ocultadas.
Conflitos Internos e Frustration na Base de Apoio
Nos últimos dias, a tensão entre o Departamento de Justiça e o FBI aumentou. Durante uma reunião, houve confrontos sobre uma matéria que indicava que o Serviço Secreto desejava mais transparência sobre Epstein, mas que o Departamento de Justiça estava bloqueando a divulgação. A situação levou Bongino a considerar a possibilidade de renunciar.
Enquanto isso, Patel, em uma postagem nas redes sociais, reafirmou seu compromisso com o governo de Trump, embora tenha admitido que muitas teorias sobre o caso não correspondiam à realidade. A procuradora-geral Pamela Bondi também se viu sob pressão de apoiadores que, frustrados com a falta de resultados, questionam as promessas feitas sobre a investigação.
Essa insatisfação crescente entre os apoiadores do MAGA (Make America Great Again) tem sido notável. Após vários anos de promessas de investigação, a falta de provas concretas sobre Epstein fez com que muitos aliados de Trump se voltassem um contra o outro, tornando-se uma crise de lealdade. No entanto, Trump, por sua vez, começou a pedir que seus apoiadores deixassem de lado as perguntas sobre o caso, classificando-as como “uma farsa”.
O Futuro do Movimento MAGA em Questão
Essa reviravolta na situação marca um momento significativo para o movimento MAGA, que historicamente seguiu as diretrizes de Trump. O surgimento de divergências quanto a um assunto tão controverso como Epstein pode sinalizar uma nova fase para o movimento que ele mesmo criou.
Durante o Turning Point USA Student Action Summit, evento voltado para jovens conservadores, questões sobre o caso Epstein dominaram os debates. Um influente YouTuber conservador expressou sua desconfiança sobre a veracidade das informações oficiais, sugerindo que figuras proeminentes poderiam estar implicadas. Essa situação destaca como as lealdades estão sendo testadas em um momento em que o fundamentalismo do movimento MAGA pode estar em xeque.