A 4ª Edição do Mestrado Profissional em Economia e Política da Cultura e Indústrias Criativas teve sua cerimônia de abertura realizada no dia 22 de outubro, no Ministério da Cultura (MinC). Este programa é resultado de uma colaboração técnica entre o MinC, o Itaú Cultural e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e tem como objetivo capacitar profissionais para uma gestão cultural mais integrada e estratégica.

O evento contou com a presença do secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, que discursou em nome da ministra Margareth Menezes. Ele enfatizou a relevância de iniciativas desse tipo para o fortalecimento do setor cultural brasileiro. Tavares destacou a desigualdade histórica do Brasil e a necessidade de inclusão econômica, afirmando que milhões de brasileiros devem ter acesso a empregos dignos. Ele observou que a preservação do patrimônio natural e ambiental deve se aliar ao desenvolvimento econômico e à inclusão social, ressaltando a centralidade da economia criativa nesse contexto de neo-industrialização. O curso, segundo Tavares, é essencial para que o Brasil comece a enxergar as políticas de economia criativa como um eixo estratégico para seu desenvolvimento.

Tavares também adicionou que o desenvolvimento não pode ocorrer sem pesquisa e sem a colaboração com instituições acadêmicas, sendo a universidade pública um parceiro fundamental nesta reestruturação.

Henilton Menezes, secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, reforçou a importância das parcerias para a implementação de políticas culturais. Ele afirmou que a cooperação é vital para criar um ambiente favorável ao crescimento das indústrias criativas e que a nova política será sustentada pelo redesenho da Lei Rouanet, um importante mecanismo de fomento à cultura, que agora objetiva financiar o desenvolvimento de territórios criativos.

O presidente do Itaú Cultural, Eduardo Saron, ressaltou a importância deste mestrado na aplicação do conhecimento econômico na análise da cultura e das indústrias criativas. Saron afirmou que a formação proposta prepara gestores para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades no setor. Ao se associar com universidades, o Itaú Cultural possibilita que os mestrados sejam gratuitos, promovendo a memória e a produção de conhecimento no campo cultural.

A estrutura do mestrado foca na preparação de gestores culturais, tanto do setor público quanto privado, em áreas que envolvem aspectos teóricos e práticos da economia. O curso será promovido pela Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS, com o MinC fornecendo as condições necessárias, como espaço físico e recursos.

Os servidores do MinC que obtiveram sucesso no processo de seleção realizado em março de 2024 serão os participantes do programa. Entre eles, destacam-se Livia Maria Tenório, Marcelo Fernandes Mariano e Vivian Horta, todos com desempenhos notáveis na seleção.

Andrea Guimarães, servidora e diretora de Desenvolvimento Econômico da Cultura, participou da primeira edição do mestrado e comentou sobre sua importância para o aprimoramento profissional no setor cultural. Ela destacou que o mestrado profissional é diferente do acadêmico, pois permite que os participantes apliquem o conhecimento na prática cotidiana das atividades culturais.

Os números relacionados ao desenvolvimento econômico da cultura são expressivos. Um levantamento da Fundação Getulio Vargas, realizado em 2024, revelou que para cada R$ 1 investido na cultura no Rio de Janeiro, houve uma movimentação econômica de R$ 6,52, resultando em um impacto significativo na economia local. A análise baseou-se no impacto financeiro da Lei Paulo Gustavo, que disponibilizou R$ 139 milhões para projetos culturais no estado.

Essas iniciativas geraram a criação de mais de 11 mil postos de trabalho, além de uma arrecadação de impostos que chegou a R$ 132 milhões, quase igualando o investimento inicial do Estado. Dados de 2020 indicam que a cultura e as indústrias criativas no Brasil movimentaram R$ 230,14 bilhões, representando 3,11% do PIB. O setor superou a indústria automobilística em termos de contribuição ao PIB, e em 2022, foi responsável pela criação de 308,7 mil novos postos de trabalho em comparação com 2021.

Entre 2012 e 2020, a Economia da Cultura e Indústrias Criativas cresceu 78%, evidenciando um potencial de crescimento substancial. Projeções do Observatório Nacional da Indústria indicam que até 2030, um milhão de novos empregos poderão ser gerados na economia criativa, aumentando assim sua contribuição ao PIB nacional. Em 2023, 7,4 milhões de trabalhadores estavam empregados nesse setor, com expectativa de crescimento significativo até 2030.

Esses dados sublinham o papel fundamental da cultura e das indústrias criativas no crescimento econômico e social do Brasil, destacando a relevância de programas de capacitação e pesquisa que promovam um futuro promissor para o setor. A continuidade do investimento em formação e desenvolvimento na área garante a inovação e fortalecimento das indústrias criativas no país.

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