Estatísticas de Assaltos no Distrito Federal

Nos primeiros seis meses deste ano, o Distrito Federal registrou 5.518 assaltos a pedestres, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). Apesar de representar uma queda de 9,1% em comparação ao mesmo período de 2024, que teve 6.022 ocorrências, a média se mantém alarmante com quase 30 assaltos por dia nas ruas da capital federal.

Os celulares continuam sendo os itens mais visados, aparecendo em 75% das ocorrências. Paloma (nome fictício), uma assistente de recursos humanos de 22 anos, vivenciou essa realidade ao ser roubada logo após descer de um ônibus na Asa Sul, enquanto se dirigia ao trabalho. A abordagem foi realizada por dois homens que atuaram em conjunto.

Enquanto ainda estava no ônibus, um dos assaltantes, que já havia incomodado outra passageira com comentários inapropriados, chegou próximo a Paloma fingindo pedir informações. Isto a levou a descer antes de seu destino, pensando que estava se precavendo. “Assim que coloquei o pé na calçada, eles pediram meu celular, foi tudo muito rápido. Tive um prejuízo de 5 mil reais”, relatou, visivelmente abalada.

Recuperação do Aparelho e Frustração com a Polícia

Alguns dias após o incidente, Paloma conseguiu localizar seu celular na Feira dos Importados de Ceilândia. Ao registrar a ocorrência na 5ª DP, foi informada de que a loja só poderia ser revistada com um mandado judicial. Em uma tentativa de recuperar o aparelho, sua irmã foi à loja disfarçada de cliente e, em uma reviravolta intrigante, o vendedor não apenas mostrou o celular dela, mas também desbloqueou o aparelho inserindo a senha, o que levanta questionamentos sobre a segurança dos dados pessoais.

“Minha irmã foi até a loja fingindo ser cliente. O vendedor mostrou exatamente o meu celular e ainda digitou minha senha para desbloquear, o que mostra que eles teriam me observado para decorar”, completou Paloma, perplexa com a situação.

violência em Tentar Reagir

Infelizmente, a história de Paloma não é única. Lucas (nome fictício), de 20 anos, também enfrentou uma situação dramática ao ser agredido ao tentar reagir a um roubo no Setor Comercial Sul, durante o Carnaval deste ano. O incidente ocorreu no dia 4 de março, durante o bloco Leis de Gaga.

Lucas, que estava com amigos, relatou que mantinha o celular preso à cintura. Ao afastar-se momentaneamente do grupo para mostrar uma foto a um colega, foi surpreendido por um grupo de assaltantes. “Um deles passou correndo e arrancou meu celular da mão. Tentei gritar que estavam me roubando, mas o som estava muito alto e ninguém ouviu”, recorda.

Lucas tentou correr atrás do ladrão, mas acabou sendo agredido por outros membros do grupo. “Um me empurrou e o outro me deu um soco que me deixou tonto. Quando consegui me levantar, eles já estavam longe.” Ele ainda lamentou não ter anotado o número IMEI do celular, uma informação crucial para o rastreamento em casos de roubo. “Aprendi, da pior forma, que precisamos estar atentos, mesmo durante uma festa”, concluiu.

Cenas de Delitos em Ceilândia

Dois casos recentes em Ceilândia, registrados por câmeras de segurança e divulgados pelo Metrópoles, mostram diferentes formas de assalto. Em 28 de maio, João Victor de Souza, de 25 anos, cometeu dois roubos em menos de 11 minutos. Primeiro, ele abordou uma mulher que caminhava para seu carro, ameaçando-a com uma arma para roubar o veículo, além de chaves e celular. Em seguida, já com o carro roubado, ele rendeu outra mulher na calçada para levar seu celular.

Após uma perseguição policial, João perdeu o controle do carro e foi preso, encontrando-se em posse de diversos objetos roubados e uma arma de fogo. No segundo incidente, em 6 de março, um ladrão em bicicleta roubou a carteira de uma pedestre em plena luz do dia em Ceilândia Norte, ignorando os pedidos da vítima para devolver o item.

Consequências do Roubo de Celulares

Após o roubo de um celular, os criminosos podem usar os dados da vítima para cometer uma série de crimes digitais, incluindo transferências bancárias fraudulentas e até a abertura de contas falsas. O advogado criminalista Marcelo Almeida alerta que “desbloquear o aparelho sem consentimento já configura crime de invasão de dispositivo informático”. Dependendo da conduta, os assaltantes podem enfrentar acusações de estelionato digital, furto qualificado e falsidade ideológica, penalidades que aumentam caso haja prejuízo financeiro.

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