Contratação Controversa e Suas Consequências
Na administração pública brasileira, algumas decisões parecem destinadas ao fracasso. Um exemplo recente é a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que, em abril deste ano, fez polêmica ao contratar, por impressionantes R$ 40 milhões, a empresa de Cleyton Amanajás para fornecer refeições à comunidade acadêmica. O empresário, de apenas 32 anos, já havia sido preso pela Polícia Federal em uma operação que apurava superfaturamento de quentinhas no Instituto Penitenciário do Amapá.
Na ocasião, a UFPR defendeu sua escolha, alegando que a contratação foi realizada por meio de um processo licitatório. Contudo, a situação se complicou quando professores e alunos ficaram sem refeições, após a empresa Cozinha Gourmet, de Amanajás, romper o contrato unilateralmente. O acordo previa a oferta de café da manhã, almoço e jantar, atendendo à comunidade universitária.
A Resposta da Universidade
No último domingo (13/7), a UFPR emitiu um comunicado oficial expressando sua preocupação com a decisão da empresa. “A Universidade Federal do Paraná foi informada pela Cozinha Gourmet sobre sua decisão unilateral de interromper o fornecimento de refeições, sem seguir os prazos estabelecidos no contrato. Consideramos essa atitude intransigente e infundada, pois afeta, nesse período de férias, até 2 mil estudantes e servidores”, afirmou a nota.
Para minimizar os danos, a UFPR notificou a empresa formalmente, exigindo a continuidade dos serviços por 90 dias. Além disso, a universidade começou a buscar uma nova prestadora de serviços de alimentação e está em contato com a UTFPR para garantir apoio a estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
“A Universidade Federal do Paraná está comprometida em oferecer um serviço de qualidade e acessível nos seus restaurantes universitários (RUs) e manterá boletins regulares até que a situação se normalize em Curitiba”, destacou a instituição em sua comunicação no Instagram.
Antecedentes do Empresário
Cleyton Amanajás foi preso em 2022 durante a operação “Blindness”, que investigou a entrada ilícita de drogas, armamentos e celulares em um presídio em Macapá (AP). Ele obteve liberdade oito dias após a prisão, quando a justiça considerou que a ordem se baseava em “fatos genéricos”.
No ano anterior, o Ministério Público do Amapá iniciou um inquérito para averiguar se a empresa de Amanajás teria inserido refeições fictícias em seu sistema e se teria pago propina a uma servidora responsável pela fiscalização.