Medidas Comerciais e Seu Reflexo no Mercado
Na manhã de quinta-feira (10 de julho), as ações da Embraer, que são negociadas na B3, enfrentaram uma queda acentuada. Esse movimento nos mercados foi impulsionado pela ansiedade dos investidores após o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros. Este anúncio, feito um dia antes, provocou um efeito dominó nas cotações.
Por volta das 11h20, horário de Brasília, os papéis da Embraer recuavam 6,81%, sendo negociados a R$ 72,88. No decorrer do pregão, a situação se agravou, e, em seu ponto mais crítico, as ações chegaram a desvalorizar 8,41%.
Uma análise do banco JP Morgan sugere que a Embraer será severamente impactada por essa nova política comercial. Segundo a instituição, a fabricante de aviões pode sofrer uma redução de até 13% em sua receita como consequência direta dessas tarifas.
Detalhes do Tarifaço de Trump
As novas tarifas, que entrarão em vigor em 1º de agosto, serão cobradas de forma independente das tarifas setoriais já existentes, como aquelas que incidem sobre o aço e o alumínio oriundos do Brasil. Em abril, o Brasil já havia enfrentado uma taxa de 10% sobre suas exportações, e as tarifas sobre aço e alumínio também tiveram um impacto negativo significativo.
Trump justificou o aumento das tarifas alegando que essas medidas são respostas a “ataques insidiosos” contra os processos eleitorais no Brasil. Em correspondência enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump voltou a criticar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que recentemente foi acusado de tentativa de golpe de Estado em 2022.
A postura de Trump em relação ao Brasil não é nova; desde o início de seu mandato, o presidente americano tem ameaçado a aplicação de tarifas em diversos setores, especialmente focando em países do Brics e no próprio Brasil. Recentemente, Trump fez declarações de que poderia impor tarifas de 100% a países do bloco que não se alinhassem aos interesses comerciais dos EUA.
Após manifestar apoio a Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos não hesitou em ameaçar a elevação das tarifas sobre as exportações brasileiras. Na quarta-feira (9 de julho), Trump afirmou que o Brasil não estava “sendo bom” para os Estados Unidos, uma declaração que gerou preocupação e incerteza no mercado financeiro.
Com o cenário atual, muitos analistas estão de olho em como essas novas tarifas poderão afetar não apenas a Embraer, mas a economia brasileira como um todo. A expectativa é que o governo brasileiro reaja a essa situação, buscando formas de mitigar os impactos negativos das decisões americanas.