Ministro Acredita em Recuo dos EUA no tarifaço Comercial

Na última quinta-feira (11/9), Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, expressou otimismo em relação à redução das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Durante uma entrevista ao programa Acorda Metrópoles, Teixeira destacou que a decisão sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, réus em um processo que investiga uma suposta trama golpista, pode influenciar essa reversão.

A recente exclusão da celulose brasileira da lista de produtos afetados pelo tarifaço, decidida pelo governo de Donald Trump e formalizada em uma ordem executiva no dia 5 de setembro, é um indício do que pode estar por vir. “Ontem, mais um produto foi excepcionado também, que é a celulose brasileira. E eu acho que, em breve, quando o julgamento terminar, frutas, café e carne também estarão livres dessas tarifas, já que os EUA não podem ficar sem esses itens”, afirmou o ministro.

Impactos da Tarifação na Economia Brasileira

Teixeira analisou a relação entre a tarifa comercial e o julgamento de Bolsonaro, indicando que a pressão da administração Trump não parece ter surtido efeito no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele comentou que a atual situação prejudica a economia brasileira, ressaltando uma queda significativa nas exportações para os EUA, que recuaram 18,5% em agosto, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

“O Judiciário brasileiro é autônomo, e suas decisões não estão sujeitas a influências externas. O que o Trump queria comunicar à extrema-direita brasileira ele já fez. Agora, essa postura pode acabar por prejudicar ainda mais a economia dos EUA”, analisou Teixeira, enfatizando que o julgamento é justo e não pode ser contestado internacionalmente, como desejaria o presidente norte-americano.

Perspectivas Sobre o Julgamento de Bolsonaro

O STF, na mesma data, pode decidir se condena ou absolve Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de terem participado de uma tentativa de golpe de Estado. A sessão do julgamento está agendada para as 14h (horário de Brasília) e os votos até o momento indicam uma tendência pela condenação, com 2 a 1 a favor. Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino já se manifestaram a favor da condenação, enquanto Luiz Fux votou pela absolvição de vários réus.

Com a votação de hoje pendente, a ministra Cármen Lúcia e o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, ainda precisam se pronunciar. Cármen Lúcia, em caso de se alinhar a Moraes e Dino, pode garantir uma maioria para a condenação, que requer apenas três votos dos cinco disponíveis. O mesmo se aplica à absolvição de Bolsonaro, cuja situação continua indefinida.

De qualquer forma, mesmo que a maioria se pronuncie pela condenação, o julgamento não será encerrado nesta quinta-feira. A fase de dosimetria, que irá definir as penas para cada réu, ocorrerá apenas na sexta-feira (12/9).

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