Análise dos impactos da Tarifa de Trump

O presidente da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Jorge Viana, realizou uma declaração impactante durante uma entrevista à CNN na última sexta-feira (11). Ele ressaltou que a carta anunciando a Tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros contém erros que, curiosamente, acabaram por unir ainda mais o governo e as empresas brasileiras. Viana comentou que, apesar da gravidade da medida, que não possui fundamento em interesses comerciais, ela funcionou como um fator de mobilização para os setores que atuam no comércio exterior.

“A própria medida, pelos equívocos que carrega, já conseguiu mobilizar todos os segmentos do comércio exterior brasileiro. Isso, de certa forma, é um resultado positivo, pois todos estão se unindo, bastante próximos, inclusive do governo. Isso deve ser considerado um ganho”, afirmou Viana.

O presidente da Apex criticou a Tarifa imposta pelo governo norte-americano, liderado por Donald Trump, afirmando que a decisão representa uma controvérsia comercial, uma vez que os Estados Unidos mantêm um superávit em suas relações comerciais com o Brasil.

“Considerando o café, por exemplo, nós exportamos cerca de 1,9 bilhões de dólares em café para os Estados Unidos, o equivalente a 8 milhões de sacas. Atualmente, os Estados Unidos, especificamente no que diz respeito ao café arábica, enfrentam dificuldades para encontrar onde adquirir esse produto”, explicou.

Viana alertou que essa situação pode ocasionar um grande problema, já que a verdadeira lucratividade do comércio de café beneficia os Estados Unidos, que são o maior mercado de café do mundo. “Eles processam o café que exportamos e lucram ao agregar valor na cadeia produtiva. Se eles deixarem de receber as 8 milhões de sacas que o Brasil produz, enfrentarão sérios problemas”, advertiu.

Além disso, Viana classificou essa Tarifa como uma ação de “política ideológica” em vez de uma decisão baseada no comércio. “Entendo que essa medida não foi criada com a intenção de discutir os interesses do Brasil, do agronegócio, da indústria ou dos serviços brasileiros. Parece, na verdade, que foi uma resposta a uma demanda política ideológica, e isso acaba prejudicando esses setores”, enfatizou.

O presidente da Apex Brasil ainda mencionou que o governo brasileiro possui a possibilidade de solicitar um prazo adicional de 90 dias aos Estados Unidos para discutir essa Tarifa antes que ela entre em vigor.

Na carta emitida por Trump na última quarta-feira (9), foi informado que as tarifas começarão a vigorar a partir de 1º de agosto. “Em termos comerciais, podemos solicitar, por exemplo, um prazo de 90 dias, a fim de convencê-los de que a base argumentativa da carta é incorreta”, finalizou Viana.

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