Críticas à PEC da Blindagem
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez um contundente pronunciamento sobre a PEC da Blindagem, que foi aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada e, posteriormente, rejeitada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Ele declarou que a proposta representa uma “desconexão com a vontade das pessoas” e que as recentes manifestações contra a PEC demonstram o descontentamento popular em relação à iniciativa, que, segundo ele, privilegia políticos e promove a impunidade.
Durante um evento de entrega de moradias em Embu das Artes, Tarcísio afirmou que as manifestações ocorridas no último fim de semana são evidências de uma desconexão entre o que está sendo discutido e os anseios da população. “Quando há essa desconexão, há protesto. E foi isso que ocorreu”, enfatizou o governador.
Tarcísio criticou a PEC da Blindagem por distorcer a imunidade parlamentar prevista na Constituição, que deveria proteger os parlamentares e garantir a independência no exercício de suas funções. Ele ressaltou que a proposta, na verdade, impede investigações contra parlamentares sem a aprovação do Congresso Nacional. “Um conceito que deveria ser um remédio para proteger o Parlamento se transformou em algo que privilegia a impunidade. A população percebe essa distorção e se revolta”, disse o governador.
Rejeição e Polêmica no Senado
As críticas de Tarcísio à PEC coincidem com a rejeição do texto na CCJ do Senado nesta quarta-feira (24). A proposta, que foi aprovada na Câmara após um acordo entre o Centrão e bolsonaristas, levantou preocupações no campo da direita, especialmente em um momento de tensões políticas em Brasília, exacerbadas pela recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF e pela crise diplomática com os EUA.
Aliados do governador revelaram que ele já havia expressado preocupações prévias sobre a PEC, destacando que a sua aprovação poderia desgastar ainda mais a imagem da direita no país.
Defesa da anistia e Relações Internacionais
Em meio a um cenário político conturbado, Tarcísio também abordou a questão da anistia. Ele defendeu a revisão das penas impostas aos condenados do 8 de janeiro, propondo que essa revisão se estenda ao ex-presidente Bolsonaro. “O que peço é que haja sabedoria e que se pense nas pessoas que tiveram penas desproporcionais. Acredito que temos remédios jurídicos para resolver isso”, argumentou o governador.
Ele ressaltou que a proposta de anistia pode ser um caminho para alcançar uma “paz dialogada”, embora reconheça que a discussão é polêmica e polarizada. “Enquanto alguns veem isso como um estímulo à impunidade, eu vejo como uma oportunidade de corrigir injustiças”, afirmou Tarcísio.
Além disso, o governador de São Paulo mencionou a importância de um diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para resolver questões tarifárias que afetam o Brasil. “É essencial que os líderes das duas maiores economias das Américas conversem e cheguem a um consenso. O setor produtivo brasileiro está sendo prejudicado e necessita de soluções urgentes”, concluiu.