Diálogo Necessário entre Líderes
Na última quarta-feira, 23 de setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comentou sobre a necessidade de um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, destacando que ambos precisam “sentar e conversar mesmo” a respeito da tarifa imposta pelo líder americano às exportações brasileiras. Em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Trump mencionou ter encontrado Lula brevemente, informando que um encontro mais formal deve ocorrer na próxima semana. De acordo com o governo brasileiro, essa conversa poderá ser realizada por telefone ou videochamada.
“Não vou comentar sobre o discurso, pois não o ouvi. Mas é fundamental que os dois líderes se reúnam. A negociação é o caminho para resolver esse problema de tarifas, uma questão que defendemos há muito tempo”, declarou Tarcísio, após uma cerimônia de entrega de máquinas agrícolas em Campinas (SP).
O governador paulista tem sido crítico da postura do governo petista em relação ao aumento das tarifas e, recentemente, tem pressionado Lula para que iniciasse um diálogo direto com Trump em busca de uma solução para o impasse. Tarcísio afirmou que a atitude do governo brasileiro é “comodista demais” e que não haveria “vergonha ou humilhação” em um chefe de Estado negociar com Trump a reversão da medida tarifária.
Possível candidato à presidência nas eleições de 2026, Tarcísio já enfrentou críticas por suas declarações logo após o anúncio das tarifas em julho. Na oportunidade, ele indicou que a medida era reflexo da postura de Lula, que teria priorizado a “ideologia em detrimento da economia”.
As tarifas foram instituídas após a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e do influenciador Paulo Figueiredo junto ao governo dos Estados Unidos, gerando uma série de reações. Tarcísio, inicialmente, foi alvo de críticas, mas subsequente a isso, passou a adotar uma postura mais favorável à negociação, fundamentando seus argumentos em questões econômicas.
Recentemente, o governador também tem se aproximado do bolsonarismo, que é liderado por Eduardo e Figueiredo. Este grupo defende uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, beneficiando Jair Bolsonaro (PL), como condição para o fim das tarifas. Em resposta, Tarcísio começou a fazer movimentações que demonstram afinidade com o campo bolsonarista, afirmando que, se eleito presidente, seu primeiro ato seria conceder um indulto a Bolsonaro.
Além disso, ele se envolveu ativamente no projeto de anistia que tramitava no Congresso Nacional, que acabou sendo alterado para uma proposta de redução de penas. Tarcísio criticou publicamente o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes durante a manifestação bolsonarista do dia 7 de Setembro. A conjuntura política atual e as movimentações de Tarcísio refletem a complexidade do cenário político brasileiro, especialmente em um período que antecede eleições significativas.