Governador Prioriza Agendas Internas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se manterá no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira (16/9), focando em compromissos internos. Sua decisão ocorre em meio ao luto pela morte do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, que foi assassinado na noite de segunda-feira (15/9) em Praia Grande, no litoral paulista, onde atuava como secretario de Administração municipal. Segundo informações da assessoria de imprensa do governador, não há planos para que Tarcísio compareça ao velório, que acontecerá entre a manhã e a tarde de hoje na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

O assassinato de Ruy Ferraz, vítima de um ataque a tiros de fuzil, chocou a sociedade e levantou questões sobre a segurança pública no estado. Em uma nota divulgada nas redes sociais, Tarcísio manifestou suas condolências e destacou o legado do ex-delegado na luta contra o crime organizado, particularmente em investigações relacionadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital). O governador afirmou que sua gestão está empenhada em identificar e capturar os responsáveis pelo crime, enfatizando a necessidade de punições rigorosas.

Viagem a Brasília Cancelada

Tarcísio também teve que cancelar uma viagem a Brasília, onde estava programado para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua residência, após solicitar autorização ao ministro Alexandre de Moraes. Este seria o primeiro encontro entre os dois desde a condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão pelo STF, em um caso relacionado a tentativas de golpe de Estado. Porém, o ministro só autorizou a visita para o dia 29 de setembro, frustrando os planos do governador.

Durante o dia, Tarcísio se dedicará a receber uma comitiva da Festa da Orquídea de Várzea Paulista, que ocorrerá neste fim de semana e ainda participará de um evento para a assinatura de autorização de construção de moradias do programa Casa Paulista. Por fim, ele se reunirá com o vice-governador Felício Ramuth (PSD) e outros colaboradores.

Reclusão e Críticas à Segurança Pública

Desde a condenação de Bolsonaro, o governador tem adotado uma postura mais reservada, evitando compromissos públicos e entrevistas. Sua última aparição foi em um evento protocolar para o lançamento do programa Acordo Paulista, onde não se aprofundou em temas políticos. Desde então, sua agenda tem se concentrado em reuniões internas no Palácio.

A Polícia Civil também tem se mostrado crítica em relação ao governo, especialmente desde a nomeação de Guilherme Derrite (PP), oriundo da Polícia Militar, como secretário da Segurança Pública. O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) se manifestou, caracterizando a execução do ex-delegado Ferraz como um reflexo do abandono que a instituição tem enfrentado.

O sindicato afirmou sentir perplexidade e indignação pela morte do ex-delegado, ressaltando a necessidade urgente de valorização dos policiais. Em nota, a entidade enfatizou que o enfraquecimento da Polícia Civil gera um espaço crescente para o crime organizado se expandir no estado.

Conclusão

O assassinato de Ruy Ferraz Fontes não apenas desencadeou uma onda de tristeza e indignação, mas também lançou uma luz sobre os desafios enfrentados pelas forças de segurança pública no estado de São Paulo. Enquanto Tarcísio de Freitas se mantém em foco nas políticas internas e na responsabilidade de garantir a segurança da população, a sociedade aguarda respostas e ações efetivas para fortalecer a segurança e proteger aqueles que se dedicam a manter a ordem.

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