Na manhã desta segunda-feira, 6 de janeiro, a coluna Fábia Oliveira trouxe à tona uma situação preocupante envolvendo o SBT e uma de suas funcionárias, que está lutando contra um câncer desde 2019. A doença, que teve início no pulmão, avançou e afetou também o cérebro da jornalista, que agora enfrenta o temor pela continuidade de seu tratamento, uma vez que sua dependência do convênio médico oferecido pela emissora é crucial para sua sobrevivência. A demissão da funcionária gerou incertezas e angústia sobre seu futuro e a necessidade imediata de cuidados médicos. Até o momento, apesar de Daniela Beyruti, uma das diretoras do SBT, ter se manifestado sobre o ocorrido, não houve nenhuma definição ou solução apresentada pela empresa.

Segundo relatos da ex-funcionária, que pediu anonimato ao ser ouvida pela coluna, a situação é ainda mais alarmante devido à falta de comunicação do SBT após sua demissão. “Ninguém me procurou depois da divulgação da matéria. Recebi ligações de colegas oferecendo apoio, mas não tive contato com o diretor de jornalismo, Leandro Cipoloni, ou com o departamento jurídico,” disse a profissional, expressando seu desamparo em meio a essa crise. O que se esperava como uma assistência e atenção em um momento tão difícil, se demonstrou em um silêncio ensurdecedor por parte da emissora.

Diante da situação, que ganhou notoriedade nas redes sociais, Daniela Beyruti se manifestou em sua conta do Instagram: “Não estou ciente disso. Vou investigar” – uma declaração que deixa a comunidade inquieta sobre as ações que serão tomadas em resposta à repercussão do caso. Apesar da visibilidade que a situação recebeu, durante todo o dia de terça-feira, 7 de janeiro, a emissora não apresentou nenhuma nota oficial sobre o tema.

Enquanto isso, a jornalista se prepara para tomar providências legais. “Meu advogado está organizando uma ação para que eu possa retornar ao trabalho. Hoje ficamos esperando um retorno da emissora… O Sindicato dos Jornalistas também pediu uma reunião com eles, mas, até o momento, não tivemos resposta. Eles apenas disseram que o canal está avaliando como reverter a situação,” declarou a ex-funcionária em busca de justiça e esclarecimento sobre sua demissão.

O SBT, ao ser contatado para comentar sobre o caso, não se manifestou publicamente.

A situação se torna ainda mais crítica quando mentamos que essa funcionária, de 48 anos, atuava na produção do SBT Brasil e depende de um tratamento médico com um custo superior a R$ 40 mil por mês. Em um desabafo à coluna, ela destacou a importância do convênio médico, que a possibilitou tratar-se no respeitado Hospital Sírio Libanês. Graças ao plano de saúde, ela obteve o acesso a um medicamento vital, conhecido como lorbrena, que não está disponível no Sistema Único de saúde (SUS) e é essencial para evitar a progressão da doença. “Esse remédio foi eficaz para controlar a situação. Eu fui diagnosticada com câncer de pulmão e agora estou lidando com metástase cerebral. Sem o convênio, estou com medo de que minha condição se agrave,” lamentou a profissional.

Segundo as informações fornecidas pela funcionária, o SBT comprometeu-se a manter o convênio médico apenas até seis meses após sua demissão. Após esse período, sua continuidade fica incerta. “Me disseram que poderiam avaliar a manutenção do plano, mas que eu teria que arcar com os custos. Isso é impossível para mim. Pedi com urgência para que me mantivessem no plano, pois minha saúde está em risco,” desabafou.

A legislação trabalhista traz à tona questões complexas sobre demissões em casos de doenças crônicas. De acordo com o advogado Yuri Marques Peçanha, consultado pela coluna, a legislação não é um impedimento absoluto para a demissão de um empregado que enfrenta um câncer, desde que a condição de saúde não tenha relação direta com suas atividades. “Não existe uma norma que proíba a demissão de um funcionário que está em tratamento, a não ser que a doença seja resultado de sua atividade laboral,” esclareceu.

Ainda, segundo Peçanha, um funcionário que se julgar demitido discriminatoriamente devido à sua condição de saúde pode buscar reparação na Justiça, necessitando provar que a empresa tinha conhecimento do seu estado e que a decisão de demissão foi tomada de forma injusta. “É importante ressaltar que a demissão só pode ser considerada discriminatória se for comprovado que a doença foi o principal motivo para a dispensa,” completou.

Em conclusão, a situação dessa funcionária do SBT evidencia não apenas a fragilidade do sistema de apoio aos trabalhadores em situações de vulnerabilidade, mas também ressalta a importância de se discutir os direitos trabalhistas em momentos críticos de saúde. A luta por justiça e dignidade em um ambiente de trabalho se torna cada vez mais necessária e urgente.

Share.
Leave A Reply

Exit mobile version