Impactos da Prisão Domiciliar na saúde de Bolsonaro
Neste sábado (16/8), o médico Claudio Birolini, que lidera a equipe cirúrgica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), expressou preocupações acerca da saúde do ex-mandatário, ressaltando que a prisão domiciliar afeta o quadro clínico dele de maneira significativa. Durante uma entrevista à imprensa na saída do hospital DF Star, onde Bolsonaro foi submetido a uma série de exames laboratoriais e de imagem devido a um recente episódio de febre, tosse, refluxo gastroesofágico e soluços, Birolini não hesitou em afirmar: “Essa privação de liberdade prejudica em todos os aspectos”.
Quando questionado sobre a possível relação entre a prisão domiciliar e o aumento da pressão arterial, Birolini confirmou que essa possibilidade existe. Ele apontou que a falta de atividades físicas, como caminhadas, pode agravar a saúde de Bolsonaro, embora tenha recomendado que o ex-presidente intensifique seus exercícios físicos. “Acredito que, sim, isso impacta. O presidente é uma pessoa ativa e gosta de se comunicar, e essa privação tem efeitos diretos sobre ele”, destacou o médico.
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O boletim médico emitido pelo Hospital DF Star revelou que os exames mostraram vestígios de duas infecções pulmonares recentes, provavelmente ligadas a episódios de broncoaspiração. Além disso, a endoscopia revelou uma persistência na esofagite e gastrite, necessitando de um tratamento medicamentoso contínuo. “Ele deverá continuar o tratamento da hipertensão arterial e do refluxo, além de medidas preventivas contra broncoaspiração. O ex-presidente foi liberado às 13h58 após passar mais de quatro horas no hospital”, informou o relatório.
Exames e Acompanhamento Médico
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Bolsonaro deixou o hospital após realizar vários exames, tendo chegado à unidade por volta das 9 horas. Após a consulta, ele retornou ao seu lar no Condomínio Solar de Brasília, onde cumpre sua prisão domiciliar desde 4 de agosto, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes. Esta foi a primeira vez que o ex-presidente saiu de casa para passar por exames externos após sua detenção.
Segundo informações, o quadro de saúde de Bolsonaro se deteriorou rapidamente após a prisão, levando seus advogados a solicitar visitas médicas frequentes. Ao longo de sua estada no hospital, ele passou por diversos testes, incluindo coleta de sangue para exames bioquímicos, coleta de urina, endoscopia digestiva alta, tomografias computadorizadas do tórax, abdome e pelve, além de um ecocardiograma e ultrassonografias.
O deslocamento de Bolsonaro foi supervisionado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), que garantiu que todas as medidas cautelares fossem respeitadas durante o processo. Com um monitoramento eletrônico no tornozelo, a saída foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que mantém vigilância sobre as condições do ex-presidente.
Esses acontecimentos têm levantado debates sobre o impacto das condições de privação de liberdade na saúde mental e física de indivíduos, especialmente em casos de figuras públicas como Bolsonaro. O ex-presidente, que sempre foi visto como uma pessoa ativa, agora enfrenta desafios que vão além dos políticos.