Controvérsia Sobre o Saae em Alagoinhas

A criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em Alagoinhas, localizada no Agreste da Bahia, para investigar alegações de gastos excessivos no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) continua a ser um assunto polêmico na cidade. Apesar das discussões, tanto o executivo municipal quanto a presidência da Câmara Municipal mostram-se céticos quanto à viabilidade da proposta.

Na semana passada, o radialista Gilmar Pena divulgou uma denúncia alarmante sobre um suposto déficit de aproximadamente R$ 30 milhões no Saae. Segundo o radialista, esse rombo teria se acumulado durante a administração do ex-prefeito Joaquim Neto, que é do mesmo partido que o atual prefeito Gustavo Carmo, ambos do PSD.

Em declaração ao Bahia Notícias, o prefeito Carmo defendeu que as dívidas não são resultado da gestão de Joaquim Neto, mas sim da administração anterior, liderada por Paulo Cezar (União), que governou a cidade entre 2009 e 2015. “As preocupações atuais com o Saae são, em grande parte, consequência da administração de Paulo Cezar. Na época, houve uma CPI e ele se ausentou”, afirmou Gustavo Carmo na última segunda-feira (28).

O atual prefeito também mencionou que os gastos relacionados à pandemia durante a gestão de Joaquim Neto contribuiram para a atual crise financeira do Saae. “O montante é significativo e a autarquia enfrenta sérias dificuldades de pagamento, sem mencionar a falta de capacidade para novos investimentos”, acrescentou.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Alagoinhas, Cleto da Banana (PSD), também expressou dúvidas quanto à criação da CPI. “Na sessão da Câmara mais recente, não recebemos nenhum requerimento. Se eventualmente recebermos, aceitaremos com tranquilidade. No entanto, não vejo condições para a instalação de uma CPI, uma vez que o déficit no Saae é um problema que vem se arrastando desde a gestão de Paulo Cézar”, comentou Cleto, que é aliado do prefeito Gustavo Carmo.

Alagoinhas, reconhecida pela qualidade de sua água, é uma das 50 cidades brasileiras que possui um sistema de abastecimento próprio. As demais cidades na região são atendidas pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). Essa particularidade, somada ao atual cenário de dificuldades financeiras, levanta questões sobre a gestão dos recursos hídricos na cidade e a responsabilidade de seus gestores.

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