A Persistência da Incerteza no Estádio de Pituaçu

Apesar das promessas encorajadoras feitas no primeiro semestre do ano, o Estádio de Pituaçu, uma das principais praças esportivas de Salvador, permanece sem condições para a realização de jogos oficiais em 2025. O local, que deveria ser um ponto de encontro para torcedores de diversas equipes, continua fechado para a maior parte das competições profissionais e de base. Isso ocorre mesmo após a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) declarar, em maio, que todas as recomendações do Ministério Público da Bahia (MP-BA) teriam sido atendidas.

No entanto, a realidade é bem diferente. Investigações do Bahia Notícias revelaram que os ajustes exigidos pelo MP-BA, que incluem laudos atualizados sobre segurança e estrutura, além de garantias de acessibilidade e a presença de brigadistas, ainda não foram totalmente cumpridos. Isso tem impedido a liberação total do estádio para os jogos. Embora a Sudesb tenha afirmado que o equipamentos estava em condições para uso, essa liberação está sujeita a uma série de requisitos, como a contratação de brigadistas, a obtenção de seguros adequados, a presença de polícia e a manutenção dos sanitários.

Clubes Afetados pela Paralisação do Estádio

Clubes como Galícia, Ypiranga, SSA FC e Itabuna, que participaram da Série B do Campeonato Baiano, continuam a jogar fora de Salvador. Equipes de base e os times femininos de Bahia e Vitória foram forçados a realizar suas partidas em cidades do interior, como Feira de Santana e Alagoinhas. Na semana passada, uma reunião entre a Sudesb, clubes e a Federação Bahiana de Futebol (FBF) tentou encontrar uma solução, mas ainda não houve progresso.

“Infelizmente, não conseguimos jogar em Salvador. O Galícia tem uma torcida fiel e gostaria de atuar em Pituaçu, mas as condições ainda não foram atendidas”, comentaram dirigentes do Galícia em entrevista ao podcast BN na Bola, disponível no canal do YouTube do Bahia Notícias.

A Expectativa de Retorno de Pituaçu

Em março, havia uma grande expectativa de que Pituaçu retornasse ao calendário de jogos, recebendo partidas da Série D, da Série B do Baianão, do Brasileiro Feminino A2 e A3, além de torneios tradicionais como a Copa 2 de Julho e a Loreta Valadares. A única exceção foi a Copa 2 de Julho, que ocorreu normalmente. O restante da agenda esportiva, no entanto, acabou se esvaziando.

O histórico recente do estádio revela uma série de melhorias técnicas, que incluem modernização da parte elétrica, nova iluminação, substituição dos alambrados por painéis de acrílico e trocas completas do gramado. Em 2025, Pituaçu também sediou eventos com público, como o “Driblando a Fome”, de caráter gospel. O último jogo oficial antes da nova interdição foi a final do Baiano Feminino, realizada em novembro de 2024.

Treinamentos, mas Sem Jogos Oficiais

Nesse meio tempo, o estádio foi utilizado para treinamentos, como no caso do Boston River, adversário do Bahia na Libertadores. Contudo, a falta de liberações formais para jogos oficiais demonstra que persistem pendências estruturais e documentais que impedem a reabertura completa da praça esportiva.

Internamente, a Sudesb assegura que os jogos estão sendo autorizados conforme a demanda da FBF e que clubes que solicitaram o uso do estádio, como Galícia, Leônico, Jacuipense e Estrela de Março, foram atendidos. No entanto, na prática, esses clubes continuam a atuar longe da capital.

O Bahia, em fase excelente e vivendo uma temporada histórica com duas partidas de destaque no calendário do futebol feminino, é mais uma equipe que busca o retorno ao estádio para se aproximar de sua torcida.

Uma nova reunião está prevista para esta semana, e caso haja avanços, o estádio pode ser liberado parcialmente, ainda que sem a presença de torcedores. A reportagem do Bahia Notícias entrou em contato com a assessoria do MP-BA, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

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