Um Caso de Violência Chocante em Natal

Juliana Garcia, uma mulher de 35 anos, compartilhou sua história de brutalidade após ser agredida pelo ex-namorado, Igor Eduardo Cabral, de 29 anos, em um elevador de um prédio em Ponta Negra, Natal (RN). O ataque, que durou aproximadamente 36 segundos, resultou em mais de 60 socos, do 16º andar até o térreo do edifício. Durante uma entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, Juliana revelou: “Os ossos da minha face estão quebrados.”

A promotora de vendas, que completaria dois anos de relacionamento com Igor no último dia 2, afirmou ter sofrido agressões anteriores, incluindo um episódio em que foi empurrada, mas, como estava convencida de que se tratava de um impulso momentâneo, não tomou as devidas providências legais. “Ele era extremamente controlador, mas sempre justificava suas atitudes como uma forma de amor,” lamentou Juliana.

Arauto da Violência

O desentendimento que levou à agressão recente começou quando Igor questionou Juliana sobre uma mensagem em seu celular. Em um momento de fúria, ele pegou o aparelho e o jogou na piscina. Juliana contou que essa não foi a primeira vez que Igor destruiu seus pertences. “Ele já havia quebrado um celular meu pisando e, na sequência, atirou outro contra a parede,” relembrou.

O caso ocorreu em 26 de julho, por volta das 16h. Os detalhes da agressão são alarmantes: mais de 60 socos em um intervalo de menos de 40 segundos, resultando em desfiguração facial e a necessidade de uma cirurgia de reconstrução. Além das lesões físicas, Juliana já havia enfrentado violência psicológica e ameaças de morte.

Intervenção Rápida das Autoridades

O episódio foi gravado pelas câmeras de segurança do elevador, onde a brutalidade do ataque foi capturada em vídeo. A juíza responsável pela audiência de custódia relatou ter dificuldade em assistir ao material até o fim, devido à gravidade da violência exibida. Assim que o segurança do condomínio percebeu a agressão através do sistema de monitoramento, acionou a Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN).

Ao chegarem ao local, os policiais encontraram Igor contido por moradores, e ele foi preso em flagrante. Juliana, ainda abalada e ferida, entregou um bilhete aos policiais, onde alertava sobre as ameaças de morte que havia sofrido. A Polícia Civil, em decorrência dos fatos, autuou Igor por tentativa de feminicídio, e sua prisão foi convertida em preventiva, sem prazo definido para soltura.

Cirurgia e Apoio Comunitário

Após receber atendimento no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, Juliana foi informada sobre a necessidade de uma cirurgia de reconstrução facial, devido às múltiplas fraturas na mandíbula e nos ossos da face. O procedimento está programado para ocorrer no Hospital Universitário Onofre Lopes, mas os médicos aguardam a redução do edema facial para dar início à cirurgia.

Uma amiga de Juliana lançou uma campanha de arrecadação online para auxiliar com os custos do tratamento. A mobilização nas redes sociais foi significativa, e profissionais da saúde, incluindo cirurgiões e dentistas, se ofereceram para ajudar. Agradecida pelo apoio, Juliana expressou em suas redes sociais: “Tudo isso vai passar, e terei minha vida de volta.”

Reflexões sobre a Violência de Gênero

O caso de Juliana Garcia é mais do que um relato de agressão; ele destaca a urgência de se discutir a violência de gênero em nossa sociedade. Em tempos onde as estatísticas de violência contra a mulher ainda são alarmantes, histórias como a de Juliana ressaltam a importância de se ouvir as vítimas e apoiar iniciativas que visem a prevenção e o combate a esses crimes. Com a crescente mobilização social, espera-se que mais mulheres encontrem forças para denunciar e superar situações semelhantes.

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