Desafios da Direita e Eleições do Próximo Ano
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, do Republicanos-PB, evitou esclarecer sua posição política durante um evento em São Paulo, nesta segunda-feira (22/9). O encontro, que contou com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, despertou a curiosidade sobre o futuro político de Motta e suas preferências para as eleições presidenciais de 2026.
Motta, que faz parte do mesmo partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um dos principais nomes cotados para a sucessão presidencial, comentou sobre o estado atual da política brasileira. “A esquerda está unida, voltada para a reeleição do presidente Lula. Esta discussão internacional tem fortalecido sua posição, e ele vem em busca de um novo mandato com bastante energia”, avaliou o presidente da Câmara.
Por outro lado, ao analisar a direita, Motta ressaltou a falta de organização entre os partidos. “A direita está um pouco mais desorganizada. Não está claro quem será o apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. Temos, sim, nomes importantes como Tarcísio, que tem uma das melhores taxas de aprovação no país, assim como o Ratinho Jr., governador do Paraná, e Ronaldo Caiado, governador de Goiás. Contudo, o cenário ainda é incerto em relação a quem realmente irá se candidatar, pois a opinião de Bolsonaro continua a ter grande peso”, disse Motta.
Ao refletir sobre o futuro eleitoral, o deputado já antecipa um ambiente polarizado. “Acredito que a próxima eleição será tão polarizada quanto a de 2022. O Brasil permanece dividido”, comentou. Ele também destacou uma possível “fadiga do eleitorado”, que, segundo ele, está cansado da dicotomia entre os polos político-ideológicos.
Motta enfatizou sua lealdade partidária, esclarecendo que, por ser membro do Republicanos, aguarda a direção que seu partido tomará. “Sou um homem de partido. Tenho no Marcos Pereira, presidente do meu partido, um líder político. Preciso respeitar o posicionamento do meu partido”, afirmou.
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Ele acrescentou que, em sua posição institucional, não é aconselhável que expresse publicamente suas opiniões políticas tão longe das eleições presidenciais. “Se eu expuser minha opinião, isso pode interferir no meu trabalho imediatamente. O presidente da Câmara deve conduzir a pauta com o único compromisso com o Brasil”, justificou. “Acredito que é benéfico para o país que eu mantenha minha posição política em sigilo, para que possa guiar os trabalhos da Câmara com mais serenidade.”