Expectativas de Crescimento Econômico

O mercado financeiro revisou suas previsões, projetando um crescimento de 2,16% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025. Este índice ficou levemente abaixo dos 2,19% esperados há apenas uma semana, conforme o relatório do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (8). Para os anos seguintes, a expectativa é de um crescimento de 1,85% em 2026 e de 1,88% em 2027.

Nos dados mais recentes, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que o PIB brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025. Apesar de ser uma taxa modesta, esse resultado representa o maior patamar desde que a série histórica começou, em 1996. Entretanto, se comparado ao crescimento de 1,3% registrado no primeiro trimestre, observou-se uma desaceleração.

inflação em Foco

Em relação à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a nova edição do Boletim Focus interrompeu uma sequência de 14 semanas de queda, mantendo a expectativa de 4,85%. Essa previsão está significativamente abaixo dos 5,05% observados quatro semanas atrás.

Para os anos de 2026 e 2027, as previsões de inflação também foram revisadas para baixo, estabelecendo-se em 4,3% e 3,94%, respectivamente. Na semana anterior, as estimativas eram de 4,31% e 4,05%, demonstrando um ajuste nas expectativas do mercado.

Meta de inflação e Selic

A projeção de 4,85% para 2025 ainda ultrapassa o teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Isso significa que a inflação, conforme as projeções, poderá estar entre 1,5% e 4,5%.

Em julho, a inflação oficial, conforme o IBGE, atingiu 0,26%, marcando o segundo mês consecutivo de queda nos preços dos alimentos e ajudando a controlar o índice. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA ficou em 5,23%, acima do limite estabelecido pela meta.

Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa Selic, que atualmente está fixada em 15% ao ano, conforme decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Essa taxa se mantém inalterada há 11 semanas, e as projeções para 2026 e 2027 são de 12,5% e 10,5%, respectivamente.

Decisões do Copom e Impactos Econômicos

A recente desaceleração da inflação e o refrigério econômico levaram o Copom a interromper o ciclo de aumento da Selic na última reunião, realizada em julho, após sete elevações consecutivas. Em comunicado, o banco central afirmou que a política monetária dos Estados Unidos aumentou as incertezas acerca dos preços, e por isso, pretende manter a taxa de juros inalterada por ora, mas não descarta futuras elevações, caso necessário.

Quando o Copom decide elevar a Selic, o objetivo principal é conter uma demanda excessiva, o que tende a impactar os preços. Juros mais altos encarecem o crédito e podem incentivar a poupança. Contudo, vale ressaltar que os bancos consideram outros fatores, além da Selic, na hora de definir as taxas de juros cobradas dos consumidores, como risco de inadimplência e custos operacionais.

Assim, taxas de juros mais elevadas podem dificultar a expansão da economia, enquanto uma redução da Selic geralmente torna o crédito mais acessível, promovendo um aumento na produção e no consumo, além de estimular a atividade econômica.

Dólar em Queda

Por fim, o Boletim Focus apresentou uma expectativa de valorização do real, prevendo que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,55. Essa previsão representa uma redução em relação à semana anterior, quando a estimativa estava em R$ 5,56, e também é inferior ao valor de R$ 5,60 projetado há quatro semanas. Essa tendência de queda no valor do dólar está em linha com as expectativas do mercado financeiro para os próximos anos.

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