A ministra do meio ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, declarou, neste sábado, 14 de setembro, em São Carlos, interior de são paulo, que o brasil está enfrentando uma grave crise ambiental, caracterizada por atos de “terrorismo climático“. Segundo ela, as altas temperaturas e a escassez de umidade estão sendo exploradas por indivíduos que, de maneira irresponsável, ateiam fogo em diversas regiões do país. Essa prática tem efeitos devastadores não apenas sobre a saúde pública, mas também sobre a biodiversidade e as florestas brasileiras, que são vitais para o equilíbrio ecológico.

“Embora exista uma proibição em todo o país relativa ao uso do fogo, ainda encontramos aqueles que praticam um claro terrorismo climático“, afirmou Marina durante uma entrevista a veículos de comunicação locais. Essa situação alarmante exige uma resposta rápida e eficaz das autoridades. A ministra enfatizou a necessidade urgente de que todos os agentes públicos envolvidos continuem atuando de forma integrada e proativa, pois há uma clara intenção criminosa por trás desses atos. Ela destacou que atualmente, apenas dois estados brasileiros estão fora do estado de seca, o que agrava a vulnerabilidade das florestas e dos ecossistemas.

A ministra também defendeu a implementação de penas mais severas para os responsáveis por queimadas intencionais, já que as punições atuais variam de um a quatro anos de prisão. “Estamos diante de um dos períodos de seca mais severos da história do nosso país e do continente, e mesmo com as proibições, algumas pessoas continuam a atear fogo. Isso afeta gravemente a saúde pública, o meio ambiente e nossos sistemas produtivos, além de agravar ainda mais a crise climática”, explicou.

Marina Silva observou que a situação é crítica: 17 pessoas já foram presas em conexão a essas queimadas e cerca de 50 inquéritos estão em andamento. Para a ministra, é fundamental investigar se há grupos ou indivíduos instigando e coordenando essas ações criminosas, uma tarefa que pode ser facilitada pelo trabalho de inteligência da Polícia Federal (PF). Ela fez uma analogia entre os incêndios e os eventos violentos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, ressaltando que ambos representam tentativas deliberadas de desestabilizar o país.

“O esforço da Polícia Federal é essencial. Precisamos continuar a investigação utilizando inteligência combinada, que nos permitirá identificar as fontes dessa motivação criminosa. Estou fazendo uma comparação direta com o que ocorreu em 8 de janeiro. Há pessoas agindo intencionalmente para semear o caos no brasil, colocando fogo em florestas e comprometendo as atividades produtivas das comunidades”, disse.

A ministra também destacou o impacto econômico da devastação causada pelos incêndios: em são paulo, os prejuízos já chegam a R$ 2 bilhões, afetando principalmente os agricultores, especialmente aqueles que cultivam cana-de-açúcar. Os números são alarmantes: 900 mil hectares de áreas agrícolas e pecuárias queimadas, 1,4 milhão de hectares de pastagens e 1 milhão de hectares de florestas consumidas pelo fogo.

Marina lembrou que o princípio natural de uma floresta úmida, que se protege contra incêndios, está ameaçado, uma vez que a seqüência de mudanças climáticas está fazendo com que essas áreas percam umidade. Ela citou a análise de cientistas que afirmam que aproximadamente 32% dos incêndios são de origem intencional, o que resulta na degradação das florestas e da biodiversidade.

Nesse contexto, é crítico que a sociedade brasileira, juntamente com as autoridades, se una para enfrentar esses desafios ambientais e climáticos. A preservação das florestas, a proteção da biodiversidade e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis são questões urgentes que demandam ação coletiva. O futuro do meio ambiente no brasil depende da conscientização e do envolvimento de todos na luta contra o terrorismo climático. É hora de agir, não apenas em defesa da natureza, mas em prol da saúde e do bem-estar das gerações presentes e futuras.

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