Fortalecendo laços em meio à crise

Na noite desta segunda-feira, 11 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder chinês Xi Jinping realizaram uma conversa por telefone, conforme informado pelo Palácio do Planalto. A ligação, solicitada por Lula, ocorre em um momento de intensas tensões comerciais, especialmente devido ao aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Durante a conversa, os dois líderes abordaram questões como o multilateralismo e a realidade atual das relações internacionais, além dos esforços em andamento para promover a paz entre Rússia e Ucrânia. Ambos são membros do Brics, um bloco que atua em defesa do multilateralismo e que é percebido como um adversário estratégico por Donald Trump.

Segundo o comunicado do Planalto, Lula e Xi Jinping celebraram as parcerias já estabelecidas entre Brasil e China. “Nesse contexto, parabenizaram os avanços obtidos nas sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento de ambos os países e se comprometeram a ampliar a cooperação em setores essenciais como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites”, destacou a nota.

Além disso, os presidentes expressaram interesse em identificar mais oportunidades de negócios entre suas economias, reafirmando sua disposição em fortalecer a relação comercial. Essa conversa é vista como crucial, especialmente considerando o papel da China como o principal destino das exportações brasileiras e uma parceira estratégica nas áreas econômica e diplomática.

A resposta do Brasil às tarifas dos EUA

Lula também se prepara para enfrentar as consequências do tarifaço americano, que foi prorrogado por Donald Trump por mais 90 dias. O ex-presidente dos EUA manifestou suas expectativas de que a China aumente significativamente a compra de soja norte-americana. No Brasil, um plano de contingência do governo federal para contornar a crise tarifária deve ser apresentado ainda nesta semana, embora a data exata ainda não tenha sido definida.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), sugeriu anteriormente que o plano poderia ser revelado já nesta terça-feira.

Cenário de incertezas e colaborações

A China, reconhecida por ser o principal parceiro comercial do Brasil, é considerada uma aliada importante frente às pressões comerciais provenientes dos Estados Unidos. Nesse cenário, o diálogo com Xi Jinping é visto como essencial para alinhar posições e encontrar soluções conjuntas para os desafios impostos pela guerra tarifária.

Recentemente, o ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, declarou a disposição do país em colaborar com o Brasil para fortalecer a cooperação em resposta às incertezas geradas pelas novas tarifas.

A ligação com Xi Jinping não foi a única ação de Lula em busca de um entendimento mais profundo com líderes do Brics. Na quinta-feira anterior, 7 de agosto, o presidente brasileiro conversou com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Este diálogo ocorreu um dia após os EUA terem aumentado as tarifas sobre produtos da Índia para 50%, um percentual que também se aplica ao Brasil. A conversa foi mais uma iniciativa de Lula para construir uma resposta conjunta dos países que estão enfrentando as consequências das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

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