Determinando o Tempo de Sobrevivência
Juliana Marins, uma jovem de apenas 26 anos, foi tragicamente encontrada morta após uma queda em uma trilha na Indonésia. De acordo com peritos brasileiros que se pronunciaram à imprensa na última sexta-feira, 11 de julho, ela pode ter permanecido viva por aproximadamente 32 horas após o primeiro impacto. O horário da queda foi estimado para as 4h da manhã do dia 21 de junho, com a confirmação de seu falecimento ocorrendo por volta do meio-dia do dia 22. Contudo, o horário exato da morte ainda não foi determinado.
Os peritos Reginaldo Franklin Pereira e Nelson Massini, envolvidos na investigação, afirmaram que a causa da morte foi um politraumatismo, caracterizado por ferimentos graves em diversas partes do corpo. Eles relataram que Juliana sofreu hemorragias internas e dificuldades respiratórias severas. “As lesões que ocasionaram a morte da jovem foram consequência de um impacto de alta energia cinética”, explicou Pereira. Massini complementou: “Foi uma morte de muitos sofrimentos”. Segundo eles, após a última queda, Juliana ainda conseguiu sobreviver por cerca de 15 minutos.
Contraponto nas Estimativas de Óbito
Essas informações contrastam com a primeira autópsia realizada na Indonésia, que indicou que o falecimento teria ocorrido em 25 de junho, entre 1h e 13h, cerca de 20 minutos após a queda final. O laudo foi assinado pelo Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, localizado no Rio de Janeiro, e os peritos participaram de uma coletiva de imprensa ao lado da irmã de Juliana, Mariana Marins.
Mariana não escondeu seu descontentamento a respeito do vazamento das informações para a imprensa antes que a família fosse oficialmente informada. “É muito triste que o laudo tenha sido divulgado para a mídia antes de nós. Espero que isso não aconteça com outras famílias”, desabafou. Ela enfatizou que o respeito ao sigilo é fundamental, especialmente em momentos tão delicados.
Críticas ao Atendimento da Defesa Civil Local
Em uma entrevista anterior à TV Brasil, a família já havia solicitado que a Polícia Federal investigasse o vazamento do laudo. Durante a coletiva, Mariana também detalhou a sequência de eventos que levaram ao acidente de sua irmã, iniciando com uma “queda significativa” em uma parede rochosa. “Não sabemos exatamente o que aconteceu; não sabemos se ela escorregou ou se estava sentada”, comentou.
Mariana destacou que existem duas equipes de resgate atuando no Parque Nacional do Monte Rinjani, uma composta por voluntários locais que oferecem primeiros socorros básicos e outra, chamada Basarnas, que realiza resgates mais complexos. Ela criticou a demora na ativação dos Basarnas, que só foram acionados às 8h30 do dia 21 de junho, um tempo que, segundo ela, é inaceitável considerando a gravidade do acidente. “Apenas o fato de que Basarnas foi chamado tão tarde já levanta questões de negligência. A equipe local sabia que a situação era crítica e deveria ter tomado medidas mais rápidas”, afirmou Mariana, fazendo um apelo por melhorias nos procedimentos de resgate.
“Essa luta não é só pela Juliana, mas também para que outras pessoas não passem por isso”, concluiu a irmã, reiterando a importância de uma avaliação cuidadosa sobre como os resgates são realizados em situações de emergência no parque.