Acusações de negligência e Espera por tratamento

A vida de Jaqueline Cuevas Cortes, de 26 anos, tem sido marcada por um prolongado sofrimento em virtude de um câncer diagnosticado há mais de um ano. Sua família e amigos acusam o plano de saúde Hapvida NotreDame Intermédica de negligência no atendimento, uma vez que a paciente permanece sem tratamento adequado. O quadro se agrava a cada dia, com cancelamentos de cirurgias e consultas, além de complicações que surgiram após uma cirurgia de biópsia.

Jaqueline iniciou sua busca por ajuda médica em 2023, quando começou a apresentar sintomas como intensas dores de cabeça, desorientação e zumbido no ouvido. Em exames realizados, foi identificada uma mancha no cérebro, levando um neurologista a solicitar uma biópsia. No entanto, o convênio agendou o procedimento apenas para seis meses depois, em 22 de maio de 2024, resultando em complicações após a cirurgia.

A operação exigiu que os médicos retirassem parte do crânio de Jaqueline para controlar o inchaço, levando-a a um coma induzido por quatro dias. Após a alta, a situação dela se tornou crítica: com um edema na cabeça, a jovem não consegue se comunicar normalmente e perdeu a mobilidade em parte do corpo. Um amigo, Ewerton da Silva, de 31 anos, compartilha a gravidade da situação: “Ela não consegue andar, só movimenta uma mão, e a fala dela está muito comprometida. Só consegue dizer palavras simples como ‘bom dia’ e ‘te amo’”.

Uma Luta por Atendimento Adequado

Ewerton, colega de faculdade, iniciou um movimento para pressionar a Hapvida a agir rapidamente no tratamento de Jaqueline. Desde a confirmação do tumor, o plano de saúde não iniciou o tratamento oncológico nem cuidou do edema, levando à frustração da família. A irmã de Jaqueline, Vanessa Cortes Castro, relata uma série de frustrações na comunicação com o convênio: “A oncologia jogou para a radioterapia e para o neurologista, que cancelaram diversas consultas sem explicações”.

Em abril deste ano, após um episódio de mal-estar, um neurocirurgião solicitou uma nova cirurgia para drenar o líquido do edema, mas o plano de saúde cancelou o procedimento por três vezes. Vanessa, que deixou a Bahia para apoiar sua mãe e a irmã em São Paulo, expressa sua indignação sobre a situação: “Meu marido teve que deixar o trabalho e agora está desempregado”. A mãe de ambas, Wilma Cortes, que é boliviana e enfrenta barreiras linguísticas, também se junta à luta da família.

A família reside em Ferraz de Vasconcelos, na região metropolitana de São Paulo, e os deslocamentos para consultas médicas consomem horas. A pressão de amigos como Ewerton, que mobilizou uma campanha nas redes sociais, parece ter surtido efeito: a Hapvida reagendou a cirurgia para drenar o edema para esta terça-feira (28/7). Contudo, a espera pelo tratamento oncológico é uma incerteza que paira sobre a cabeça de Jaqueline, cuja ressonância indica que o tumor cresceu, alcançando 6 cm durante os 14 meses de espera.

A Resposta da Hapvida NotreDame Intermédica

Com a situação se agravando e a pressão crescente por parte da família e amigos, a expectativa é que a Hapvida NotreDame Intermédica tome as devidas providências e inicie o tratamento oncológico após a cirurgia. A situação de Jaqueline não é uma exceção, mas sim um exemplo de desafios enfrentados por pacientes dependentes de planos de saúde em busca de atendimento adequado.

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