Atraindo investimentos Chineses

Com as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos importados, o Brasil busca diversificar suas exportações e fortalecer sua parceria comercial com a China. Até 2032, as empresas chinesas planejam investir mais de R$ 27 bilhões no Brasil, conforme dados da ApexBrasil.

Esse montante será direcionado a setores fundamentais da economia, incluindo mobilidade, energia renovável, tecnologia, mineração e semicondutores. Além disso, investimentos também estão previstos em áreas como delivery e fast food, que vêm ganhando destaque no mercado.

China: O Principal Parceiro Comercial do Brasil

Atualmente, a China se destaca como o maior parceiro comercial do Brasil, sendo responsável por 28% do valor total das exportações brasileiras e 41,4% do superávit comercial do país. Commodities como soja (33,4%), petróleo bruto (21,2%) e minério de ferro (21,1%) representam 75,6% do total exportado pelos produtores brasileiros para o mercado chinês.

investimentos de Empresas Chinesas no Brasil

Entre os investimentos em destaque, a GWM, uma montadora chinesa, anunciou um aporte de R$ 6 bilhões para expandir suas operações no Brasil entre 2027 e 2032, com a inclusão de dois novos modelos à sua linha de produção. Este valor se junta aos R$ 4 bilhões que a empresa já investiu entre 2022 e 2025 para reativar a fábrica em Iracemápolis, interior de São Paulo.

Outra gigante do setor, a Meituan, que lidera o mercado de entregas na China, anunciou que irá ingressar no mercado de delivery brasileiro com um investimento superior a R$ 5 bilhões nos próximos cinco anos, sob a marca Keeta, já utilizada em Hong Kong e Arábia Saudita. A expectativa é que essa operação gere cerca de 100 mil empregos indiretos e uma central de operações no Nordeste.

Inovações Sustentáveis e Energéticas

A Envision Energy se destacou ao anunciar um investimento de R$ 5 bilhões para construir o primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina, no Rio de Janeiro. Este projeto se concentrará na produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF), hidrogênio verde e amônia verde, alinhando-se às exigências globais por soluções energéticas sustentáveis.

A CGN também entra na lista, com um investimento de R$ 3 bilhões para desenvolver um hub de energia renovável no Piauí, focando em energia eólica e solar. Este projeto promete gerar mais de 5 mil empregos durante a construção, com uma capacidade instalada de até 1,4 GW.

O Setor Alimentício e a Mineração

No segmento de alimentação, a rede de fast food Mixue começará a adquirir frutas do Brasil para a produção de sorvetes e bebidas geladas. Com um capital inicial de R$ 3,2 bilhões, a Mixue projeta a geração de 25 mil empregos até 2030, com a primeira série de lojas a ser inaugurada em São Paulo.

Por sua vez, a mineradora Baiyin Nonferrous investiu R$ 2,4 bilhões na aquisição da mineradora Vale Verde, que possui capacidade de produção de 400 mil toneladas de cobre, 400 mil de chumbo e zinco, além de 15 toneladas de ouro e 500 toneladas de prata, atendendo à crescente demanda chinesa por cobre.

investimentos em Tecnologia e Mobilidade

No campo tecnológico, a Longsys, através da subsidiária Zilia, anunciou um plano de investimentos de R$ 650 milhões para ampliar suas fábricas em Atibaia (SP) e Manaus (AM), focando no encapsulamento e na montagem de dispositivos eletrônicos com semicondutores.

A Didi, controladora do aplicativo de transporte 99, também está mirando o Brasil. A empresa planeja investir R$ 1 bilhão para expandir serviços de entrega e construir cerca de 10 mil pontos de recarga para eletrificação de veículos. Além disso, o relançamento do 99Food está entre as metas da companhia.

Parcerias Estratégicas entre Brasil e China

O cenário de investimentos não se limita às operações individuais. Diversas parcerias entre empresas brasileiras e chinesas estão em andamento. A Nortec Química, por exemplo, firmou um acordo de R$ 350 milhões para a produção de insumos farmacêuticos. Já a Raízen e a SAFPAC se uniram para a produção de SAF na China. Outras colaborações incluem a Fiocruz com a Biomm para a produção local de insulina, a ABES com a ZGC em projetos de inteligência artificial, e a Eurofarma com a Sinovac para a criação do Instituto Brasil-China de biotecnologia.

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