Operação Cambota em Foco

A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação sobre possíveis fraudes envolvendo aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). O advogado Nelson Wilians é suspeito de ter lavado dinheiro para o empresário Maurício Camisotti, apontado como o verdadeiro proprietário de entidades que estão sob investigação na operação chamada Sem Desconto. Esse esquema, que tem sido amplamente denominado como ‘a farra do INSS‘, foi inicialmente revelado pelo site Metrópoles.

Na última sexta-feira, 12 de setembro, a PF executou mandados de busca e apreensão contra Wilians na nova fase da operação Cambota, enquanto Camisotti foi detido em São Paulo. Além deles, Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido no meio como ‘Careca do INSS‘, também foi preso em Brasília durante a mesma operação.

Outra figura envolvida na trama é um ex-sócio de Wilians, que teve uma Ferrari apreendida pela polícia. A suspeita é de que esse ex-sócio também tenha atuado na lavagem de dinheiro relacionada a Camisotti. De acordo com um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Wilians teria realizado pagamentos que somam R$ 15,5 milhões a Camisotti, que é investigado como o possível ‘beneficiário final’ do esquema fraudulento de descontos nas aposentadorias.

Além disso, informações levantadas pelo Coaf indicam que Nelson Wilians movimentou aproximadamente R$ 4,3 bilhões em operações consideradas suspeitas entre 2019 e 2024. A investigação se concentra nas atividades de Camisotti, suas empresas e associações que teriam fraudado as filiações de aposentados ao INSS.

Reação das Defesas

A defesa de Nelson Wilians divulgou uma nota na qual afirma que ele tem colaborado plenamente com as investigações e expressa confiança de que a apuração vai evidenciar sua total inocência. Em sua declaração, Wilians reforça que sua relação com um dos investigados se limita ao âmbito profissional. ‘Os valores transferidos referem-se à compra de um terreno ao lado de sua residência, uma transação legal e facilmente verificável’, explica a defesa.

Wilians ressalta que a medida tomada pela PF é de natureza investigativa e não implica qualquer culpa ou responsabilidade legal. O advogado se colocou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e reafirmou seu compromisso com a legalidade e transparência em suas ações.

Por outro lado, a defesa de Maurício Camisotti contesta a legalidade de sua prisão, considerando-a injustificada no contexto da operação que investiga fraudes no INSS. Os advogados apontam que houve uma suposta ‘arbitrariedade’ durante a ação policial, especialmente ao relatar que o celular de Camisotti foi retirado de suas mãos enquanto ele conversava com seu advogado. Para a defesa, essa situação fere garantias constitucionais fundamentais e configura constrangimento de um investigado a produzir provas contra si mesmo.

A defesa de Camisotti enfatiza que tomará todas as medidas legais necessárias para reverter a prisão e garantir o respeito aos direitos e garantias fundamentais do empresário. A situação continua a se desenrolar, enquanto a PF avança nas investigações sobre possíveis fraudes associadas ao INSS.

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