O brasil se consolida como uma das principais potências globais na produção de carne bovina, destacando-se pela quantidade e pela qualidade do produto. Contudo, com o aumento da conscientização ambiental e das demandas do consumidor, a sustentabilidade e a transparência na cadeia produtiva emergem como prioridades essenciais, tanto para o público geral quanto para os mercados internacionais. Durante uma entrevista ao programa Planeta Campo, Michelle Borges, gerente executiva da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável (MBPS), discutiu a importância da rastreabilidade na pecuária, evidenciando os obstáculos e as oportunidades que o setor enfrenta, especialmente após a inclusão da MBPS no comitê gestor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

A rastreabilidade, que envolve o monitoramento detalhado de cada fase da produção de gado, é uma estratégia vital para assegurar não apenas a origem da carne, mas também sua qualidade e sustentabilidade. Com um sistema de rastreamento bem estruturado, é possível garantir que cada etapa da vida dos bovinos e búfalos seja acompanhada, proporcionando uma maior transparência aos consumidores e fortalecendo a confiança no mercado da carne brasileira. Michelle Borges enfatizou que a participação da MBPS no comitê gestor de rastreabilidade do MAPA coloca a organização em uma posição estratégica para implementar o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos. Este plano visa integrar todo o processo de rastreamento da cadeia produtiva no brasil, promovendo melhorias significativas.

“É uma grande honra para a MBPS participar do desenvolvimento deste plano. Nós já trabalhamos internamente com sete categorias, sendo uma delas dedicada exclusivamente à rastreabilidade. A meta é amplificar a voz de nossos associados para que possamos acelerar a implementação desse sistema e transformá-lo em uma política pública efetiva”, afirmou Borges.

A colaboração da MBPS no comitê gestor do MAPA visa não só contribuir com insights valiosos, mas também facilitar um diálogo construtivo entre as várias partes interessadas da cadeia produtiva. Este esforço busca garantir que a rastreabilidade seja um sistema acessível a todos os produtores, independentemente do seu tamanho, e que seja escalável em todo o território nacional.

O trabalho do comitê será fundamental para consolidar bases de dados regionais em uma única plataforma nacional, conectando informações essenciais sobre a rastreabilidade dos animais. “Uma das maiores dificuldades é a integração de dados, especialmente em um país como o brasil, que apresenta uma imensa diversidade territorial e estrutural. Nossa proposta é garantir que todas as informações estejam interligadas e sejam de fácil acesso, permitindo que o sistema funcione de maneira eficiente”, destacou Michelle, indicando a complexidade desse desafio.

Para os pecuaristas brasileiros, a adoção da rastreabilidade pode representar um diferencial competitivo significativo no mercado. O sistema não apenas aumenta a transparência, mas também permite que os produtores identifiquem e implementem boas práticas de manejo e sustentabilidade, aumentando o valor agregado da carne brasileira no mercado internacional.

“Implementar a rastreabilidade posiciona o pecuarista de forma mais competitiva, uma vez que ele pode comprovar as boas práticas adotadas em sua produção. Isso resulta em uma valorização dos produtos e facilita o acesso a mercados que demandam altos padrões de qualidade e rastreabilidade”, concluiu a gerente executiva da MBPS.

Em resumo, a rastreabilidade se apresenta como uma solução robusta e necessária para o setor pecuário brasileiro, alinhando as práticas produtivas com as exigências de um mercado cada vez mais atento à sustentabilidade e à origem dos alimentos. Com a colaboração de instituições e a adesão dos produtores, o brasil pode não apenas manter sua posição de destaque na produção de carne bovina, mas também se tornar um exemplo de responsabilidade e inovação na pecuária global.

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