Análise sobre a influência popular em meio a crises institucionais

Direita, unida, jamais será vencida – pelo menos no que diz respeito ao Congresso. Nas eleições de 2018, com Lula afastado e bolsonaro, que havia sido atacado, se apresentando como vítima, a direita celebrou uma vitória significativa. No entanto, a questão não se resume apenas ao resultado das urnas.

bolsonaro, desde o início, levantou suspeitas sobre a lisura do pleito, alegando fraudes que, segundo ele, o teriam impedido de vencer já no primeiro turno, evitando assim um segundo turno contra Fernando Haddad, do PT. Essa narrativa maliciosa deu início a tentativas de desestabilização que ainda persistem.

Durante seu mandato, bolsonaro se empenhou em abalar a confiança do público nas instituições, promovendo uma deslegitimação constante do processo eleitoral. Embora tenha quase conseguido se reeleger, sua tentativa de golpe se mostrou infrutífera, em grande parte, devido à resistência de alguns generais que escolheram manter a legalidade. Se o cenário fosse diferente, como com Donald trump na presidência dos Estados Unidos, o desmantelamento da democracia no Brasil poderia ter se concretizado.

Hoje, trump parece atuar como um verdadeiro imperador global, percebendo-se como a figura escolhida para minar a democracia não apenas em seu país, mas em outras nações. Sua ambição não parece ter limites, e a condenação de bolsonaro na semana passada – uma caricatura bem-humorada do ex-presidente americano – não desestimula suas intenções de ver a direita retornar ao poder no Brasil em um futuro próximo.

O objetivo de trump não se centra em figuras como Tarcísio de Freitas ou Ratinho Junior, mas em garantir que a esquerda, sob a liderança de Lula, não consiga governar. Sem uma motivação pessoal contra Lula, que trump mantém à distância em suas declarações públicas, sua verdadeira batalha se dá contra a ala progressista.

Durante sua recente visita ao Reino Unido, trump pode ter questões mais pertinentes para lidar do que as movimentações políticas brasileiras, mas a expectativa em torno de sua reação às notícias do Brasil é palpável. O país, afinal, enfrenta um momento crítico. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal impôs uma pena severa a bolsonaro, com 27 anos e três meses de prisão, e logo depois a Câmara dos Deputados acelerou a tramitação de um projeto para anistiar os envolvidos em atos golpistas.

Esse movimento do Centrão, que se uniu à extrema-direita para libertar os aliados de bolsonaro e, possivelmente, permitir seu retorno à disputa presidencial, levanta sérias preocupações sobre a integridade das instituições. A possibilidade de uma anistia ampla que beneficie bolsonaro não encontra consenso no Senado, e qualquer tentativa nesse sentido provavelmente seria vetada por Lula, que também contaria com o apoio do Supremo Tribunal Federal para barrar tal medida.

Contudo, essa situação poderia, conforme alguns analistas, estimular trump, que já teria sugerido que o Supremo suspendesse o julgamento. Tal manobra poderia precipitar uma crise institucional, algo que se encaixaria perfeitamente em suas táticas de desinformação. Com a eleição de 2026 se aproximando, a tensão está em alta.

O que se vê, então, é que em momentos de crise, o povo nas ruas pode ser a única força capaz de garantir que seus interesses sejam ouvidos e, mais crucialmente, que a História seja realmente escrita. Esse é o cenário atual, onde a voz popular se torna essencial, especialmente quando os representantes no Congresso parecem se mostrar surdos às demandas da sociedade.

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