Revelações do General Mário Fernandes sobre o polêmico plano “Punhal Verde e Amarelo”

O general Mário Fernandes, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24/7), confirmou ser o idealizador do projeto intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, que visava assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Essa confirmação surge em meio à investigação de uma suposta trama contra a democracia brasileira.

Durante o interrogatório, Mário, que já exerceu a função de secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência, declarou que o plano não era mais do que um “pensamento digitalizado”, desconsiderando seus efeitos reais. “Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilado de dados, um pensamento, uma análise de riscos”, afirmou, enfatizando que não havia compartilhado o documento com ninguém.

O material, apreendido pela Polícia Federal (PF), era inicialmente nomeado como “Fox_2017.docx”, mas foi reclassificado pelo general como “Punhal Verde e Amarelo”. Mário Fernandes, que se encontra detido desde novembro de 2024, é réu em uma ação penal que investiga uma suposta trama golpista relacionada à tentativa de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

Ao defender sua posição, o general afirmou: “Garanto, neste momento, que se o meu HD fosse extraído, em nada acrescentaria ao processo. Esse arquivo é absolutamente descontextualizado”. Ele expressou arrependimento por ter digitalizado suas reflexões, reiterando que o conteúdo era de uso próprio e se limitava a um registro pessoal.

Além de Mário, outros réus integram o que se denomina Núcleo 2 da investigação. Entre eles, estão Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo Bolsonaro, e Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Há também Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial, e Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército e também ex-assessor do ex-presidente.

Ainda fazem parte desse núcleo Marília Ferreira de Alencar, delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Segurança Pública do DF, e o próprio Mário Fernandes, que é um general da reserva do Exército. Todos são acusados de utilizar a máquina pública, principalmente a PRF, para dificultar o acesso dos eleitores aos locais de votação durante o segundo turno das Eleições de 2022. Essa manobra tinha como alvo o Nordeste, região tradicionalmente favorável a Lula.

De acordo com informações da Procuradoria Geral da República (PGR), Vasques, Marília e Fernando eram responsáveis pela coordenação das forças policiais, com o objetivo de garantir a permanência ilícita de Bolsonaro no cargo. Na denúncia, Mário Fernandes estava encarregado de coordenar ações de monitoramento e neutralização de figuras públicas, além de manter diálogos com lideranças populares ligadas aos eventos de 8 de Janeiro, que buscavam deslegitimar o processo eleitoral.

Share.
Leave A Reply

Exit mobile version