O salário de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), permanece inalterado, mantendo-se em R$ 18.887,14 mensais. Esse valor é idêntico ao percebido pelo presidente da autoridade monetária do Brasil, caracterizando uma uniformidade na remuneração dos altos cargos na instituição. Após as deduções referentes ao Imposto de Renda, que totalizam R$ 4.048,03, e à Previdência Social, que soma R$ 908,86, o salário líquido de Galípolo fica em R$ 13.930,25. Esses dados foram extraídos do Portal da Transparência e referem-se ao mês de maio de 2024.
No cenário político recente, Gabriel Galípolo tem sido destacado positivamente por figuras proeminentes, como o presidente Lula. Durante uma entrevista à rádio Itatiaia, Lula fez questão de ressaltar as qualidades de Galípolo, classificando-o como “competentíssimo” e possuidor de “uma honestidade ímpar”. O presidente demonstrou confiança nas capacidades do indicado, assegurando que ele está plenamente habilitado para assumir a presidência do Banco Central.
Galípolo também teve um papel fundamental nas decisões de política monetária, alinhando-se ao antecessor Roberto Campos Neto para interromper o ciclo de cortes da taxa Selic. Apesar das críticas recentes de Lula à condução da política monetária, Galípolo acompanhou a decisão que manteve a taxa básica de juros em 10,5% ao ano. O presidente lamentou a situação, destacando que “quem está perdendo com isso é o Brasil.”
Na reunião anterior do Comitê de Política Monetária (Copom), Galípolo posicionou-se juntamente com os indicados por Lula. A divisão de opiniões entre os membros resultou em uma redução de 0,5 ponto percentual na Selic, fazendo a taxa recuar para 10,5% ao ano. Os integrantes mais próximos ao governo defendiam uma redução ainda maior, de até 0,75 ponto percentual.
A sintonia entre Galípolo e Roberto Campos Neto torna-se ainda mais evidente após a última reunião do Copom, que decidiu, por unanimidade, manter a Selic em 10,5% ao ano. Galípolo passou a defender as teses apresentadas na ata da reunião, frisando que futuras elevações da taxa estão em consideração, sempre com foco no controle da inflação. Para o diretor de Política Monetária, a autoridade monetária deverá ser “dependente de dados” à medida que busca definir o rumo da taxa Selic.
A escolha de Galípolo ainda aguarda a aprovação do Senado Federal, que é responsável por ratificar as indicações do Executivo para a presidência do Banco Central e para substituir Galípolo na diretoria da instituição. De forma a agilizar o processo, Lula manifestou a intenção de dialogar previamente com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, contribuindo para um trâmite mais célere nas deliberações.
Com uma trajetória profissional diversificada, Gabriel Galípolo iniciou sua carreira como professor, formado em Ciências Econômicas com mestrado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Entre 2006 e 2012, atuou como docente na mesma instituição. Sua experiência na administração pública começou com sua atuação no governo de São Paulo, onde, em 2007, conciliou o trabalho acadêmico com a posição de assessor econômico na Secretaria de Transportes do Estado paulista, sob a liderança do ex-governador José Serra.
Em 2008, Galípolo foi promovido e passou a integrar a Secretaria de Economia do Estado. Ao longo de sua passagem pelo governo, ele assumiu funções mais específicas, liderando a unidade de estruturação de concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Em 2009, decidiu abrir sua própria consultoria, que se dedicou a estudar a viabilidade de projetos de concessão, e também foi conselheiro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Entre 2017 e 2021, Galípolo presidiu o Banco Fator, tempo em que supervisionou estudos relacionados à privatização e desestatização de empresas, incluindo um processo notável que resultou na venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Essa vasta experiência o preparam para os desafios à frente do Banco Central, alinhando competências acadêmicas e práticas no setor público e privado.