Investigação Revela Operações da ADE no Tocantins

Traficantes vinculados à facção criminosa Amigos do Estado (ADE) foram formalmente denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO). O caso envolve 17 indivíduos, acusados de associação criminosa, tráfico de drogas e outros delitos. Essa facção, cuja origem remonta ao estado de Goiás, também atua em Tocantins, Goiás, Bahia, Pará, entre outros estados brasileiros.

Durante as investigações, foi revelado que o grupo utilizava pistas de pouso em fazendas nas cidades de Formoso do Araguaia e Almas como rotas para o tráfico. Além disso, foram descobertas quatro empresas de fachada que, juntas, movimentaram cerca de R$ 64 milhões somente nos últimos seis meses.

Os acusados estão ligados ao tráfico de drogas em um período que se estendeu de dezembro de 2023 a maio de 2025, residindo em cidades como Aparecida de Goiânia (GO), Goianira (GO), Goiânia (GO), Imperatriz (MA) e Xinguara (PA).

A denúncia foi protocolada pelo Gaeco em 14 de julho e aceita pela Justiça no dia 23 do mesmo mês, agora tramitando na Vara Criminal de Dianópolis. As investigações foram conduzidas pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Tocantins (Ficco-TO).

Início das Investigações

As apurações começaram em 10 de abril de 2024, quando um condutor de uma Toyota Hilux não obedeceu a um sinal de parada durante uma fiscalização da Polícia Militar na divisa entre Tocantins e Bahia. Após uma perseguição, o veículo foi interceptado, e o motorista detido, sendo que ele já possuía um mandado de prisão em aberto, emitido pela 3ª Vara de Execuções Penais de Goiânia.

O que chamou a atenção dos policiais foi um reboque que estava acoplado à caminhonete, contendo aproximadamente mil litros de combustível (querosene) destinados ao abastecimento de aviões. O combustível, avaliado em R$ 14,2 mil, foi comprado na cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA). No veículo também encontraram objetos de alto valor, como um drone e vários celulares, todos lacrados, além de relógios e óculos de marcas renomadas.

A caminhonete estava registrada em nome do passageiro, que alegou ser vaqueiro e ter uma renda mensal de apenas R$ 4 mil, e ele também foi detido na ocasião.

A Facção Amigos do Estado e suas Estratégias

A atuação da facção ADE se estende além da região metropolitana de Goiânia. A denúncia do Gaeco ressalta que, embora seu foco principal esteja em Goiás, a organização criminal possui uma rede de conexões em diversos estados brasileiros e passou a usar o Tocantins como um ponto logístico para se distanciar das forças policiais goianas. Essa manobra faz parte da chamada ‘Rota Caipira’, um corredor aéreo importante para o transporte de cocaína, que conecta o interior paulista, o Triângulo Mineiro e partes do sul de Goiás, incluindo o Tocantins nesse fluxo.

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