Denúncias de discriminação e Ofensa no Setor Hoteleiro

O ex-gerente-geral do B Hotel, Alfredo Stefani Neto, de 64 anos, foi alvo de uma denúncia formal pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Segundo relatos, Alfredo teria mantido um padrão de comportamento ofensivo e discriminatório contra funcionários da renomada hospedagem. Os episódios teriam ocorrido entre 2022 e o início de 2025, revelando um ambiente de trabalho hostil e opressor.

Natural de São Paulo, Alfredo possui uma vasta experiência de mais de três décadas na hotelaria, com passagens significativas por estabelecimentos de prestígio tanto no Brasil quanto no exterior. Ele é graduado em design industrial pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e também possui um diploma em direito pela Faculdade de Direito Milton Campos, além de especializações na área de hospitalidade.

O B Hotel, localizado no Setor Hoteleiro Norte de Brasília, é um dos estabelecimentos mais badalados da capital e frequentemente recebe hóspedes ilustres, incluindo delegações de times e seleções de futebol.

Comportamentos Discriminatórios e as Consequências Legais

Após a conclusão da investigação pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual (Decrin), a Justiça aceitou a denúncia e transformou Alfredo em réu. O MPDFT salienta que o ex-gerente teria se envolvido em comportamentos discriminatórios, ofendendo pelo menos nove vítimas com comentários racistas e homofóbicos.

As acusações incluem frases desdenhosas dirigidas a funcionários, como “nordestina burra” e “vai comer cuscuz”, em referência à origem nordestina das vítimas. Em outra ocasião, ele teria se referido a uma hóspede transexual de maneira depreciativa, dizendo “na verdade é um cara” e afirmando que “não quero isso aqui”. Além disso, Alfredo teria ofendido um colega de trabalho chamando-o de “bichona” e expressado seu desprezo por um público LGBTQIA+ presente em um evento próximo ao hotel, usando termos pejorativos.

O ambiente de trabalho, conforme relatórios de testemunhas, tornou-se intolerável sob a liderança de Alfredo, que frequentemente fazia comentários maldosos sobre a aparência e o corpo de alguns empregados. As denúncias revelam um padrão de opressão que vai além do simples descontentamento, sendo caracterizado como uma verdadeira prática de hostilidade profissional.

Reparação e Julgamento Pendentes

Diante das graves alegações, o MPDFT busca uma indenização mínima de R$ 5 mil para cada vítima, visando a reparação dos danos causados por atos de racismo e homotransfobia, conforme estabelece o artigo 387, IV do Código de Processo Penal (CPP). O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) agora se prepara para levar o caso a julgamento, e, se declarado culpado, Alfredo Stefani Neto pode enfrentar uma pena de pelo menos 10 anos de prisão.

Esta situação ressalta a necessidade urgente de medidas eficazes contra a discriminação em ambientes de trabalho, especialmente em setores como a hotelaria, que lidam diariamente com um público diverso e de diferentes origens.

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