Conferência em Roma Foca na Recuperação da Ucrânia

A capital italiana, Roma, sedia nesta quinta-feira (10) a Conferência para a Retomada da Ucrânia, um importante evento que visa debater a reconstrução do país em meio à guerra com a Rússia. Com a paz ainda fora de alcance, o encontro, realizado no Centro de Congressos La Nuvola, reúne cerca de 5 mil participantes, entre eles cerca de 100 delegações governamentais, 40 organizações internacionais e 2 mil empresas e membros da sociedade civil.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, enfatizou a importância de formar uma ampla coalizão para a recuperação, afirmando: “Tudo o que a Rússia destruiu pode ser reconstruído”. Ele fez um pedido audacioso por um “Plano Marshall” para seu país, evocando o famoso projeto dos Estados Unidos destinado a reconstruir a Europa após a Segunda Guerra Mundial.

Apelos por Ação Conjunta e Sustentabilidade

Zelensky argumentou que a reconstrução da Ucrânia não é apenas uma questão interna, mas um esforço que envolve nações, empresas e tecnologias de todo o mundo. A situação no terreno, no entanto, permanece crítica; nesta quinta, um ataque aéreo na capital, Kiev, resultou na morte de duas pessoas. O presidente ucraniano alertou que “a Rússia não está se preparando para a paz”, ressaltando que o Kremlin ignorou todas as propostas de cessar-fogo e que seu objetivo é forçar o exílio dos ucranianos.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anfitriã do evento, anunciou que a conferência resultará em promessas de acordos totalizando mais de 10 bilhões de euros (cerca de R$ 6,4 bilhões) para apoiar a Ucrânia. “Temos que nos orgulhar do que alcançamos juntos — nações, organizações internacionais, instituições financeiras e a sociedade civil”, destacou Meloni.

Uma Mensagem de Esperança e Resistência

Meloni também enfatizou que o evento transmite uma mensagem clara: é necessário olhar para além da “insuportável injustiça” que o povo ucraniano tem enfrentado por mais de três anos e imaginar uma Ucrânia renovada, livre e próspera. “A guerra abala a confiança no futuro. No entanto, o povo ucraniano, ao encarar o inimigo, escolheu lutar pelo que ama e por um futuro melhor”, afirmou.

O vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, também discursou e assegurou que a Ucrânia “não está sozinha”. Ele reiterou que a Itália está comprometida em apoiar a liberdade e a independência da nação, além de ser um ator ativo no processo de reconstrução, que ele acredita que deve começar antes do fim das hostilidades. “O povo ucraniano não pode ser privado de infraestruturas essenciais, como suas redes elétricas”, acrescentou Tajani.

Reuniões e Colaborações Futuras

Além das discussões centrais, durante o evento, haverá uma reunião por videoconferência entre países dispostos a oferecer garantias de segurança para a Ucrânia após a guerra. Essa reunião contará com a presença do presidente francês Emmanuel Macron e do primeiro-ministro britânico Keir Starmer. Esta será a primeira vez que os Estados Unidos, representados pelo enviado Keith Kellogg, participarão dessa forma de diálogo.

Com o aumento das hostilidades e a necessidade urgente de uma estratégia de recuperação, a Conferência para a Retomada da Ucrânia em Roma representa um passo significativo na busca por soluções que visem restaurar não apenas a infraestrutura física, mas também a esperança e a dignidade de um povo que luta por um futuro melhor.

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