Reconhecimento na Psicanálise

A psicóloga e psicanalista Larissa Leão de Castro se destaca no cenário acadêmico ao vencer a 2ª edição do Prêmio Jabuti Acadêmico, na categoria de psicologia e psicanálise. Seu livro, intitulado ‘Hélio Pellegrino: Por uma Psicanálise Política’, foi a obra agraciada durante um evento realizado no dia 5 de agosto, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. O Prêmio Jabuti Acadêmico, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), visa reconhecer obras que se destacam nas mais diversas áreas do conhecimento acadêmico, abrangendo desde Antropologia até Divulgação Científica.

Hélio Pellegrino, tema central da pesquisa de Larissa, é considerado um dos mais importantes escritores e psicanalistas do Brasil. Combinando sua produção literária com reflexões psicanalíticas, Pellegrino se tornou referência ao utilizar a psicanálise como uma ferramenta para a transformação social e a promoção da democracia. A obra de Larissa analisa minuciosamente os comportamentos e pensamentos do poeta, que faleceu em 1988, utilizando uma variedade de fontes, como manuscritos, cartas e ensaios psicanalíticos. Também foram incorporados documentos da Fundação Casa Rui Barbosa, um importante museu histórico localizado no Rio de Janeiro.

No livro, Larissa não apenas apresenta as contribuições de Pellegrino, mas também propõe uma psicanálise que extrapola os limites tradicionais, abordando injustiças sociais e a necessidade de um projeto coletivo. Em entrevista ao Metrópoles, a autora compartilhou sua visão sobre a importância do prêmio: “Esse reconhecimento não só valoriza nossa área, mas também aproxima o leigo das ideias e filosofias de Hélio Pellegrino, assim como de outros acadêmicos relevantes.”

Larissa destaca que a premiação facilita o acesso ao conhecimento psicanalítico, um campo frequentemente visto como elitista e distante da população. “O prêmio ajuda a evidenciar que a psicanálise não é um conhecimento exclusivo, mas sim uma prática democrática que pode ser compreendida e vivida por todos que aspiram por um mundo mais justo”, complementou.

A autora também acredita que seu trabalho pode inspirar os leitores a se tornarem mais conscientes e empáticos. “Espero que cada página do meu livro sirva como um convite à reflexão, demonstrando que a escuta, fundamentada na dignidade humana, é um ato político e um exercício de liberdade.” Com essa visão, Larissa Leão de Castro não apenas conquista um prêmio, mas também abre novas portas para uma discussão mais ampla sobre a psicanálise na sociedade brasileira.

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