**dólar fecha em alta no brasil, mas permanece abaixo dos R$5,50 em meio a incertezas geopolíticas**

Na última terça-feira, o dólar apresentou uma leve alta no mercado brasileiro, encerrando o dia cotado a R$5,4972, com um aumento de 0,18%. Apesar desse crescimento, a moeda americana ainda se mantém abaixo da barreira de R$5,50. Essa movimentação ocorre em um contexto marcado pela tensão do conflito entre israel e Irã no Oriente Médio, além das expectativas em relação às decisões sobre a taxa de juros no brasil e nos Estados Unidos, conhecidas como “superquarta”.

No mercado futuro, o dólar para julho, que é o contrato mais negociado no brasil, também registrou um leve aumento de 0,21%, fechando a R$5,5110. Até o momento, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 11,03% em 2023, refletindo a volatilidade e os impactos de eventos globais nas taxas de câmbio.

Durante a manhã, o dólar apresentou oscilações moderadas, alternando entre quedas e altas, influenciado pelas informações que surgiam a respeito da situação no Oriente Médio. No início da tarde, a moeda começou a mostrar um fortalecimento mais notável em relação ao real, recuperando-se de uma cotação mínima de R$5,4662, registrada às 11h07, e alcançando uma máxima de R$5,5085 às 15h40, com uma leve alta de 0,39%.

João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos, comentou sobre a intensa cautela que permeia o mercado, afirmando que “qualquer notícia nova acaba mexendo com os ativos de risco, o que dá suporte ao dólar como fonte de segurança”. Ele ressaltou que a volatilidade é resultado da atual situação no Oriente Médio, onde os desdobramentos do conflito têm gerado incertezas e uma busca por segurança entre os investidores.

As principais notícias que influenciam o cenário incluem o pedido do presidente dos EUA, Donald Trump, por uma “rendição incondicional” do Irã, além de declarações sobre o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei. Por sua vez, israel tem intensificado suas operações, atingindo alvos relacionados aos programas nucleares e de mísseis balísticos do Irã, enquanto este último continua a realizar ataques aéreos contra israel.

À medida que os investidores aguardam a superquarta, onde o Federal Reserve dos EUA e o Comitê de Política Monetária (copom) do Banco Central brasileiro anunciarão suas decisões sobre a taxa de juros, a cautela se intensifica. No mercado americano, a expectativa é de que os juros sejam mantidos na faixa de 4,25% a 4,50%, com quase 100% de probabilidade de manutenção. Já no brasil, a situação é mais dividida, com cerca de 60% dos analistas prevendo um aumento de 25 pontos-base na taxa selic, atualmente em 14,75% ao ano, enquanto 40% acreditam que a taxa permanecerá estável.

Um possível aumento da taxa selic é visto como uma estratégia que tornaria o brasil ainda mais atrativo para o capital internacional, o que, em um cenário calmo, poderia resultar em uma pressão de baixa sobre o dólar nos dias subsequentes.

No panorama externo, o dólar se valorizou em relação à maioria das moedas, com investidores buscando a segurança da moeda americana devido às incertezas geopolíticas. Às 17h24, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda em relação a uma cesta de seis divisas, subiu 0,67%, alcançando 98,841.

Além disso, o Banco Central brasileiro, em sua operação diária de rolagem, conseguiu vender toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional, o que demonstra a contínua intervenção da autoridade monetária para estabilizar o mercado cambial. A combinação desses fatores sugere que o dólar continuará a ser monitorado de perto, especialmente em um momento de tanta volatilidade e incerteza global.

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