Desempenho do dólar e ibovespa em Queda
Na terça-feira, 8 de julho, o dólar e o ibovespa, índice que reflete o desempenho das ações na Bolsa de Valores do Brasil (B3), apresentaram queda, com os investidores focando nas movimentações nos Estados Unidos. As novas tarifas comerciais propostas pelo governo do presidente Donald Trump foram o principal assunto do dia.
No cenário interno, as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante uma entrevista ao Metrópoles, também repercutiram entre os analistas financeiros. Haddad, que concedeu a entrevista em Brasília, destacou a importância do diálogo entre os Poderes Executivo e Legislativo em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Queda do dólar
A moeda americana finalizou o dia com uma desvalorização de 0,59%, sendo cotada a R$ 5,445. Em seu ponto mais alto, a moeda chegou a R$ 5,478, enquanto a mínima registrada foi de R$ 5,435. Na sessão anterior, o dólar havia subido 0,99%, alcançando R$ 5,477. Com esses resultados, a moeda acumula uma leve alta de 0,22% em julho, mas uma queda significativa de 11,88% em relação ao real em 2025.
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ibovespa em Declínio
O ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira, enfrentou um dia negativo, recuando 0,33% e fechando aos 139 mil pontos. Na sessão anterior, o índice já havia apresentado uma queda de 1,26%, batendo 139,4 mil pontos. Apesar dessas oscilações, a Bolsa ainda acumula uma valorização de 0,46% no mês e impressionantes 15,97% no ano.
Entrevista de Haddad gera Repercussão
Durante a entrevista ao Metrópoles, o ministro Haddad destacou que o impasse entre os Poderes sobre o IOF “não interessa a ninguém”. Ele enfatizou a importância de manter um diálogo institucional, afirmando que defende a constitucionalidade das ações do presidente da República. Haddad também mencionou que a extrema-direita brasileira não está colaborando com os interesses nacionais e ressaltou a necessidade de avançar na agenda econômica no Congresso, especialmente em relação à isenção do Imposto de Renda para rendimentos até R$ 5 mil.
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Vendas do varejo em Números Abaixo do Esperado
Outro fator que repercutiu no mercado foi a divulgação dos dados do comércio varejista, que mostraram uma queda de 0,2% nas vendas em maio em comparação a abril, contrariando as expectativas de alta de 0,2%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a média móvel trimestral apresentou um aumento de 0,1%, enquanto na comparação com o ano anterior, o volume de vendas cresceu 2,1%.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, o volume de vendas subiu apenas 0,3% em maio. Entre os setores que tiveram crescimento nas vendas, destacam-se equipamentos de escritório e produtos alimentícios. Por outro lado, itens como livros e combustíveis registraram quedas significativas.
Tarifas Comerciais de Trump e sua Influência no Mercado
O impacto das novas tarifas comerciais de Trump, anunciadas no início da semana, continua a provocar reações no mercado. O presidente dos EUA sinalizou a aplicação de tarifas adicionais sobre diversos países, incluindo taxas de 25% para Japão e Coreia do Sul, além de 30% para a África do Sul. Trump também ameaçou taxar os países do Brics, afirmando que eles devem pagar 10% devido à desvalorização do dólar promovida por esses países.
Análise do Mercado
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, apontou que a queda do dólar reflete uma correção após a alta da sessão anterior, acentuada pelo adiamento das tarifas comerciais de 9 de julho para 1º de agosto. Ele também destacou a recuperação dos preços de commodities como minério de ferro e petróleo, que estão ajudando as moedas de países emergentes, como o real brasileiro e o peso mexicano.
Além disso, o especialista lembrou que o diferencial de juros entre o Brasil e o resto do mundo tem sido um fator crucial para a valorização do real neste ano. Apesar dos dados recentes de inflação, espera-se que o Banco Central mantenha as taxas inalteradas até o final do ano, enquanto o Federal Reserve dos EUA deve começar a reduzir suas taxas já em setembro.